Carlos Tavares conhece bem a montadora francesa onde trabalhou 23 anos (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2011 às 12h58.
Paris - A Renault designou nesta segunda-feira o português Carlos Tavares como seu número dois, em meio a um escândalo de espionagem que sacode a montadora francesa há meses e que acabou sendo comprovado como falso.
Tavares foi designado diretor geral de operações pelo Conselho de Administração extraordinário que realizou uma reunião nesta segunda-feira, informaram à AFP fontes próximas à mesma.
O novo diretor era o grande favorito para suceder Patrick Pélata, obrigado a pedir demissão em abril por causa de uma desastrosa gestão de um caso de espionagem.
Aos 52 anos, o diretor da Nissan para a América, de origem portuguesa, será o novo braço direito do brasileiro Carlos Ghosn.
"Ele tem como objetivo o crescimento da Renault, relançar o grupo e suas marcas no exterior e defender a empresa em termos de reestruturação industrial", segundo uma fonte.
Tavares conhece bem a montadora francesa onde trabalhou 23 anos antes de passar para sua sócia japonesa, Nissan.
O novo número dois terá a tarefa de virar a página do caso de espionagem que eclodiu em janeiro e desestabilizou a direção da empresa.
As acusações de espionagem industrial contra três diretores, que foram consideradas falsas, e as revelações sobre a forma como o caso foi administrado pelo serviço de segurança interna da Renault criaram um clima de desconfiança.
Este caso também deixou tensas as relações entre a montadora francesa e seu principal acionista, o Estado, que conta com 15,01% do capital, e que deseja ter mais peso na estratégia industrial do grupo e, de como consequência, ter maior controle sobre Ghosn.