Ghosn: o ex-presidente da Nissan é acusado de ter cometido irregularidades enquanto estava no comando da empresa (Regis Duvignau/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 13h39.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 08h32.
Paris — A Renault anunciou nesta quarta-feira que irá retirar várias das remunerações do brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da empresa, em particular às que estavam vinculadas à cláusula de não concorrência assinada entre as partes.
Em comunicado, a Renault explicou que Ghosn, preso no Japão desde novembro do ano passado acusado de ter cometido irregularidades no comando da Nissan, não receberá os dois anos de remunerações fixas e variáveis que estavam estabelecidos na cláusula.
O Conselho de Administração da Renault decidiu, por unanimidade, abrir mão da cláusula que garantia que Ghosn não pudesse trabalhar por outra empresa depois que deixasse a montadora francesa.
Além disso, a Renault também informou que Ghosn perdeu os direitos de receber a remuneração variável correspondente aos exercícios fiscais da empresa entre 2014 e 2017. A conta inclui os bônus em função dos resultados da companhia entre 2015 e 2018.
Segundo a Renault, esses pagamentos só poderiam ser realizados se Ghosn seguisse ligado à empresa. Devido ao escândalo revelado no Japão, o brasileiro renunciou ao cargo na presidência da montadora francesa no último dia 24 de janeiro.
A direção da Renault afirmou que vai se pronunciar em março sobre as remunerações de Ghosn no ano passado.
A montadora francesa não informou o montante que deixará de ser pago ao executivo brasileiro. A decisão foi anunciada na véspera da publicação dos resultados da Renault em 2018.