Relógios da Audemars Piguet: "A segunda mão é a próxima grande coisa na indústria de relógios" (Denis Balibouse/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 17h13.
Genebra - A relojoaria de luxo suíça Audemars Piguet disse que vai lançar um negócio de relógios usados neste ano, tornando-se a primeira grande marca a anunciar planos para explorar um mercado de rápido crescimento de relógios usados.
A empresa disse à Reuters que realizou um teste em uma loja em Genebra e que vai ampliar o negócio para outros estabelecimentos na Suíça este ano. Se os resultados forem positivos, ele disse que iria implementar a operação nos Estados Unidos e no Japão.
"A segunda mão é a próxima grande coisa na indústria de relógios", disse o presidente-executivo, François-Henry Bennahmias, à Reuters na entrevista na feira relógio SIHH, em Genebra, nesta semana.
Os relojoeiros de luxo até então evitavam o comércio de produtos usados, temendo diluir a exclusividade de suas marcas e canibalizar suas vendas. Em vez disso, cederam o terreno a terceiros.
Mas alguns agora estão buscando rever a estratégia, devido à desaceleração das vendas em toda a indústria, combinada com um mercado de usados que está se expandindo rapidamente, alimentado por plataformas online como o Chrono24 e The RealReal.
Várias marcas menores, incluindo H.Moser & Cie e MB&F, sinalizaram interesse no comércio de usados.
"É importante controlar a venda de relógios usados para proteger os proprietários e o valor dos relógios ao manter o mercado secundário sob controle", disse o chefe da H.Moser & Cie, Edouard Meylan, à Reuters.
A MB&F, que planeja vender relógios usados em seu site este ano, disse à Reuters que espera dar desconto normal de 20 a 30 por cento. Um porta-voz disse que os clientes que compram de marcas de relógios estabelecidas podem sentir-se confiantes de que estão adquirindo produtos genuínos em bom estado de funcionamento e com garantia válida.
As marcas maiores, Rolex, Patek Philippe, Swatch Group, Richemont e Breitling, recusaram-se a comentar, quando perguntadas se planejam entrar no mercado de usados, enquanto a divisão de relógios da LVMH não estava imediatamente disponível.