Em comunicado, o banco informou que as mudanças pretendem simplificar a "estrutura da organização, com o objetivo de dar maior agilidade às decisões" (Germano Lüders)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 09h11.
São Paulo - O Itaú Unibanco anunciou nesta quarta-feira a saída do vice-presidente Marcos Lisboa em meio a uma reformulação no comando que também prepara o terreno para a sucessão na presidência hoje exercida por Roberto Setubal.
Em comunicado, o maior banco privado da América Latina informou que as mudanças pretendem simplificar a "estrutura da organização, com o objetivo de dar maior agilidade às decisões, além de promover ganhos de eficiência, unificando áreas de negócios e de suporte." Lisboa, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e presidente do Instituto de Resseguros do Brasil era do Unibanco, antes da fusão com o Itaú, no fim de 2008.
"Lisboa recebeu o convite para voltar à vida acadêmica e ficará no cargo até 15 de março", afirmou o banco no comunicado.
A área de controles internos, que estava sob comando de Lisboa, será acumulada por Eduardo Vassimon, que recentemente retorna ao grupo assumindo como vice-presidente da área de riscos.
Marco Bonomi, o vice-presidente responsável pela área de banco de varejo, passa a acumular a área de micro e pequenas empresas, que estava sob o guarda-chuva de José Roberto Haym. Este passa a ser responsável pelo segmento de médias empresas, integrando o comitê executivo do banco de Atacado, reportando-se a Candido Bracher.
As mudanças, que reduzem o número de vice-presidências de 10 para nove, dão sequência a um movimento iniciado no fim de 2012, com a saída de outro vice-presidente, Sergio Werlang, então responsável pela área de riscos.
Marcio Schettini, vice-presidente responsável pela área de Cartões e pela Redecard, passa a acumular as áreas de Seguros, Veículos e Crédito Imobiliário.
Caio Ibrahim David, que era diretor da área de finanças, e Claudia Politanski, responsável pela área jurídica, passam a ser vice-presidentes.
Segundo fontes com conhecimento do assunto, Setubal vinha mostrando descontentamento com os resultados recentes do grupo em áreas como seguros, controle de riscos, o que em parte impediu o banco de alcançar metas de ganho de eficiência prometidos há cerca de um ano e meio a investidores.
Como noticiou a Reuters em janeiro, outras mudanças já estavam previstas para acontecer após a saída de Werlang.
No começo do mês, o banco anunciou que seu lucro líquido de 2012 recuou 5,1 por cento ante o ano anterior, refletindo em parte o baixo crescimento do crédito e despesas elevadas com provisões para perdas com calotes.
O Conselho de Administração do banco também vai propor elevar a idade máxima de aposentadoria do presidente-executivo da instituição, dos atuais 60 para 62 anos.
No entanto, a nova regra só valerá para o próximo presidente. Setubal deixará o cargo no ano que vem, quando completará 60 anos. Nos dois anos seguintes ocupará a presidência da holding, companhia aberta que controla todas as empresas do conglomerado.
De acordo com o banco, as decisões foram tomadas em conjunto por Setubal e pelo presidente do conselho, Pedro Moreira Salles.