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Refinaria de US$ 24 bi na China vê grande futuro no plástico

A Rongsheng Petrochemical limpou mais de 4.046 hectares de terra na ilha Zhoushan para construir instalações com capacidade para 400.000 barris por dia até 2018


	Plástico: “São os produtos químicos que de fato estão impulsionando o crescimento da demanda da China por petróleo”
 (Kellerio2007/Creative Commons)

Plástico: “São os produtos químicos que de fato estão impulsionando o crescimento da demanda da China por petróleo” (Kellerio2007/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 18h21.

Cingapura - Uma nova refinaria chinesa de US$ 24 bilhões que utilizará tanto petróleo bruto quanto algumas das maiores fábricas da Ásia enfrentará os rivais ajudando a fabricar garrafas de plástico em vez de combustível para carros.

A Rongsheng Petrochemical limpou mais de 4.046 hectares de terra na ilha Zhoushan para construir instalações com capacidade para 400.000 barris por dia até 2018 e dobrará essa capacidade por volta de 2020, disse Shou Bochun, gerente-geral na trading da companhia de propriedade privada.

Quando a usina no leste da China chegar a seu tamanho expandido por volta do fim da década, ela será uma das principais refinarias da Ásia, concorrendo com as da indiana Reliance Industries e da sul-coreana SK Innovation.

A Rongsheng, com sede em Hangzhou, planeja consumir toda a nafta, ingrediente fundamental na fabricação de petroquímicos, produzida pela fábrica, e também vai minimizar a produção de diesel e combustíveis, disse Shou.

À capacidade máxima, a refinaria poderá produzir 10,4 milhões de toneladas por ano de aromáticos, entre eles paraxileno, e 2,8 milhões de toneladas de etileno, ambos utilizados para fabricar plásticos, segundo uma proposta publicada no site do governo de Zhoushan.

A ambição da empresa destaca o apetite cada vez maior da China por petroquímicos, utilizados para fabricar todo tipo de produtos, de roupas esportivas a garrafas de refrigerante.

Isso também ajudará a aumentar a demanda por petróleo no segundo maior consumidor do mundo em meio à abundância global e aos preços fracos.

Os fabricantes chineses de petroquímicos precisarão de 90 por cento a mais de petróleo bruto em 2030 em comparação ao ano passado, ao passo que o crescimento da demanda por diesel está entrando em “uma década de estabilidade”, segundo Li Zhenguang, analista sênior da China Petroleum & Chemical, conhecida como Sinopec.

“São os produtos químicos que de fato estão impulsionando o crescimento da demanda da China por petróleo”, disse Gordon Kwan, diretor de pesquisa sobre petróleo e gás para a Ásia da Nomura Holdings em Hong Kong.

“No futuro, a gasolina e os produtos químicos serão muito importantes na demanda por petróleo bruto na China”.

Consumo

O consumo de petróleo do país aumentará de 540 milhões de toneladas em 2015 para 700 milhões de toneladas em 2030, ou 14 milhões de barris por dia, segundo Li, da Sinopec, que é a maior refinaria da China.

Ele estimou que o setor petroquímico representará 19 por cento da demanda por petróleo bruto do país por volta do fim da próxima década, contra 13 por cento no ano passado, fato que sugere que o consumo do setor quase dobrará, para 133 milhões de toneladas.

O projeto em Zhoushan da Rongsheng, produtor de tecidos de poliéster, poderia ser mais um golpe para outras refinarias asiáticas que disputam o mercado petroquímico chinês, de crescimento rápido, em meio ao excesso de oferta na região.

Projeta-se que as fábricas do país asiático produzirão cerca de 25 milhões de toneladas de fibras sintéticas neste ano, segundo Salmon Aidan Lee, consultor da Wood Mackenzie em Cingapura. O volume é suficiente para produzir 208 bilhões de camisetas.

“Esta usina petroquímica privada roubará participação no mercado não apenas da PetroChina e da Sinopec, mas também de refinarias sul-coreanas e de outros concorrentes regionais”, disse Kwan, da Nomura.

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