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Redes de varejo falam em cortar investimentos

A redução na desoneração da folha de pagamento, anunciada na semana passada pelo governo, deve ter impacto sobre os custos e investimentos no varejo


	Loja da Riachuelo: no Grupo Guararapes, o aumento da carga tributária por causa da redução da desoneração será de R$ 60 milhões nos próximos 12 meses
 (Divulgação)

Loja da Riachuelo: no Grupo Guararapes, o aumento da carga tributária por causa da redução da desoneração será de R$ 60 milhões nos próximos 12 meses (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 08h47.

São Paulo - A redução na desoneração da folha de pagamento, anunciada na semana passada pelo governo e que faz parte do conjunto de medidas do ajuste fiscal, deve ter impacto sobre os custos e investimentos no varejo.

Hoje a direção do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que agrupa as grandes redes varejistas, se reúne, em São Paulo, com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

"Nessa reunião que teremos amanhã (nesta sexta-feira, 6), nossos companheiros vão dar depoimentos sobre reduções severas dos programas de investimentos", adiantou, o vice-presidente do IDV e do Grupo Guararapes, Flávio Rocha.

Segundo ele, informalmente, algumas redes já falam em frear o investimento.

Para o executivo, a nova metodologia de tributação é um "golpe muito maior" do que se imagina.

Na cadeia têxtil e de confecção, na qual a sua empresa está inserida, haverá um aumento "brutal" de custos.

No Grupo Guararapes, dono da rede de lojas Riachuelo, o aumento da carga tributária por causa da redução da desoneração será de R$ 60 milhões nos próximos 12 meses.

Diante das margens comprimidas, Rocha disse que esse aumento de custos será repassado para os preços.

"A redução da desoneração da folha era algo que a gente não esperava", disse a presidente do IDV e do Magazine Luiza, Luiza Trajano.

Ao contrário do que o ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou na sexta-feira, 27 de fevereiro, que a desoneração não protegeu o emprego, Luiza disse que a medida ajudou muito o varejo a gerar postos de trabalho. Hoje o varejo é o maior empregador do País e responde por quase 7 milhões de empregos.

Por enquanto, Luiza disse que o varejo não vai demitir e que o futuro depende de como as vendas se comportarem. Em janeiro, o mercado varejista foi muito fraco, mas em fevereiro houve uma melhora.

"Se a venda não acontece, automaticamente você demite", explicou. Segundo Flávio Rocha, as empresas que serão mais afetadas são as pequenas varejistas.

Ele teme que haja um retrocesso na formalização da economia, que avançou nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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