Trump: "Seu ódio contribui para a atmosfera tóxica da islamofobia, e o extremismo não é diferente do Daesh" (Jonathan Drake / Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 13h44.
Uma importante rede varejista do Golfo deixou de vender produtos da marca Trump depois que o pré-candidato republicano à Casa Branca propôs impedir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
A companhia Lifestyle, com sede em Dubai, anunciou retirada de venda dos acessórios para casa carimbados com a marca do magnata Donald Trump, porque "valoriza e respeita os sentimentos de todos os seus clientes".
"Em vista das recentes declarações por parte do candidato presidencial à imprensa americana, suspendemos a venda de todos os produtos da marca de decoração Trump Home", explicou um diretor de Lifestyle, Sachin Mundhwa, em um comunicado recebido pela AFP nesta quarta-feira.
A cadeia, que tem 160 lojas no Oriente Médio, África e Paquistão, vende produtos da marca Trump como artigos de higiene pessoal e de iluminação, espelhos decorativos, caixas para armazenar jóias e outros acessórios para decoração da casa.
Trump, que pretende ser o candidato republicano nas eleições presidenciais de 2016, e é atualmente o favorito, fez estes comentários depois que um casal muçulmano radicalizado matou 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia.
Em um discurso na segunda-feira, Trump causou escândalo ao sugerir que os Estados Unidos deveriam impedir o ingresso de qualquer muçulmano.
Uma autoridade de Dubai, o general Dahi Khalfan, declarou que Trump não deveria fazer negócios nos Emirados Árabes Unidos.
"Se os muçulmanos não podem ir para a América, por que ele quer fazer negócios com os muçulmanos nos Emirados Árabes Unidos?", questionou.
O Gulf News relacionou Trump ao grupo Estado Islâmico por seu "extremismo".
"Seu ódio contribui para a atmosfera tóxica da islamofobia, e o extremismo não é diferente do Daesh", escreveu o jornal.