São Paulo - O ReclameAQUI está convocando os consumidores para um "reclamaço", um dia inteiro de queixas, direcionado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O objetivo é usar a plataforma da empresa para protestar contra a decisão das operadoras de começar a limitar a transferência de dados na banda larga fixa, assim como ocorre na internet móvel.
O "reclamaço" está marcado para o dia 27 de abril, quarta-feira.
"Vamos fazer um ‘superdia’ de reclamações contra a Anatel, o órgão que deve regular as ações das companhias de telecomunicações, para todos expressarem suas insatisfações em relação a essa medida", convocou o ReclameAQUI.
Por enquanto, o consumidor de banda larga fixa paga um valor pré-acordado por mês e pode navegar à vontade a uma determinada velocidade.
"(Os novos planos) podem variar de 10 GB a 130 GB por mês. Então, por exemplo, se você usar a Netflix a 25mb/s, em 11 horas você terá consumido 130 GB, o que equivale a toda sua franquia no mês. Isso sem contar os outros sites que você acessa ao longo do dia", afirma o ReclameAQUI.
A divulgação da mudança provocou revolta e uma intensa campanha nas redes sociais.
A Vivo foi uma das operadoras que já declarou que vai criar planos de banda larga com volume fixo de transferência de dados por mês. Isso pode acontecer dentro dos próximos dois anos.
A TIM, por outro lado, se apressou em dizer que não está alterando seus pacotes.
Na segunda-feira (18), o presidente da Anatel, João Rezende, disse que "não existe nenhum serviço que tenha oferta ilimitada aos consumidores", mas que as operadoras falharam em comunicar suas ofertas aos usuários.
Ele fez a afirmação durante apresentação a jornalistas sobre as novas regras publicadas pela agência, que obrigam que as empresas de internet criem ferramentas para que os clientes tenham controle sobre o quanto trafegam de dados, antes de reduzir ou cortar o serviço.
Para participar do "reclamaço", é preciso ter um cadastro no ReclameAQUI e acessar a página da Anatel no site.
Até as 15h desta terça-feira (19), o portal registrava 9.383 queixas contra a agência, 778 delas referentes à telefonia fixa.
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1/7 (Creative Commons/Flickr/Wikimapa)
São Paulo – Apesar do acesso à
internet ter melhorado nos últimos anos, ainda há 84 milhões de brasileiros offline. No ranking mundial, o Brasil ocupa a 68° colocação – atrás de países como Chile e Argentina – com 57% da população conectada. Os dados fazem parte de um relatório divulgado na última segunda-feira pela Comissão de Banda Larga pelo Desenvolvimento Digital, da Organização das Nações Unidas (
ONU) e mostram uma enorme disparidade entre países ricos e emergentes.
Conexão quase discada Se os números do país estão aquém do desejado, eles são ainda mais críticos dependendo da região. No Norte, por exemplo, seis em cada dez casas não contam com acesso à internet. Em regiões mais ricas, como o
Sudeste, a situação é oposta – 60% dos domicílios contam com o serviço. Navegue pelas fotos e veja como os hábitos dos brasileiros no meio digital variam de região para região. Os números foram retirados do levantamento
Tic Domicílios, produzido pelo Cetic, órgão vinculado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, e de um estudo recente da agência de pesquisas Hello Research.
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2. Custo é principal motivo para brasileiro não ter internet em casa
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2/7 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Um em cada dois lares brasileiros não tem acesso à internet, de acordo com a pesquisa Tic Domicílios. A proporção é ainda maior no Norte e no Nordeste.
O custo elevado é o principal motivo apontado para não ter internet em casa, seguido pela falta de computador e a falta de interesse. A região em que os preços mais pesam na hora de contratar um serviço de internet é o Norte. Lá, 68% dos entrevistados disseram não ter acesso à web pelo serviço ser caro.
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3. Nordeste é onde mais gente usa o wi-fi do vizinho
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3/7 (Boris van Zanten / Wikimedia Commons)
No Brasil, 13% das famílias usam a rede do vizinho para se conectar à web. O dado faz parte da pesquisa Tic Domicílios, que não mostra se o empréstimo de rede tem ou não o consentimento do vizinho. A prática é mais comum na região Nordeste, onde 22% dos entrevistados disseram usar a conexão dos outros.
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4. O dia todo na internet
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4/7 (Getty Images)
Seis em cada dez brasileiros navegam pela web todos os dias. Nos estados do Sul, Sudeste e do Centro-Oeste a frequência é ainda maior.
Por outro lado, pouco mais de 25% dos entrevistados disseram nunca usar a internet. Os maiores percentuais foram encontrados no Norte e no Nordeste.
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5. Na palma da mão
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5/7 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
O aparelho celular é, de longe, o meio mais usado para o acesso à internet. Uma pesquisa feita pelo Hello Research mostra que 97% dos entrevistados costumam navegar na web pelo dispositivo móvel. O comportamento não difere muito de região para região.
O computador de mesa ocupa a segunda posição, com 36%, seguido por notebooks, com 31%. O tablet é utilizado por apenas 8%.
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6. Twitter é o queridinho no Sul, Instagram no Nordeste e Whatsapp no Norte
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6/7 (Flickr//jasonahowie/CC)
A preferência pelas redes sociais também difere de região para região. Um levantamento da agência de pesquisas Hello Research mostra, por exemplo, que o Instagram é a rede favorita dos nordestinos. Por lá, 29% dos entrevistados afirmaram gostar do serviço de compartilhamento de fotos.
No caso do Whatsapp, a maior preferência foi registrada no Norte – 93% dos entrevistados disseram preferir o aplicativo de mensagens instantâneas.
O Sul é o lugar onde mais pessoas gostam do Facebook, do Youtube e Twitter, com 97%, 48% e 13%, respectivamente.
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7. Veja agora como os brasileiros cuidam de seus filhos
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7/7 (Nadezhda1906/Thinkstock)