Meios de pagamento: no Brasil desde 2011, Adyen se teve papel crucial na evolução do setor (Adyen/Divulgação)
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Publicado em 22 de julho de 2022 às 09h00.
Última atualização em 22 de julho de 2022 às 12h04.
A atual força dos e-commerces mostra quanto o segmento de pagamentos online no Brasil evoluiu nos últimos dez anos. De acordo com a empresa de pesquisas eMarketer, as vendas mundiais no comércio eletrônico no varejo cresceram 27,6% em 2020, movimentando US$ 4,2 trilhões — nosso país responde por parte considerável dessa cifra. Para este ano, prevê-se a marca de US$ 5,4 trilhões.
O crescimento se deve à adesão em massa ao comércio eletrônico nos meses mais duros da pandemia — quem comprova as vantagens das compras online dificilmente renuncia a elas.
Diante do contexto, empreendedores e companhias estrearam ou aperfeiçoaram seus e-commerces a partir de 2020, o que representa mais uma revolução no universo das vendas pela internet.
O atual sucesso das vendas online, entretanto, também se deve à maior confiança dos consumidores nos sistemas de pagamento disponíveis atualmente no mundo digital.
“Há dez anos, até meus familiares tinham medo de usar cartão de crédito para fazer compras na internet”, lembra Bruno Stemposki, vice-presidente de engenharia da Adyen no Brasil. “O receio de cair em fraudes era enorme”.
Naquela época, vale dizer, o tempo que levava para uma compra online ser concluída era enorme — hoje são segundos. No caso de redirecionamento para a página do banco, muitos consumidores tinham o hábito de abandonar o produto no carrinho online. Quase todo mundo achava, afinal, que isso era um sinal inequívoco de golpe.
No Brasil desde 2011, a Adyen se confunde com a transformação do setor. Fundada na Holanda, em 2006, a companhia, que acaba de completar dez anos de Brasil, teve papel crucial na evolução do nosso setor de pagamentos. Além de conter os riscos de fraude, a Adyen ajudou a diminuir a desconfiança dos consumidores.
A empresa é especializada em tecnologia de pagamentos e adquirência (intermediação das compras realizadas com cartões de crédito e de débito).
No Brasil, tem como clientes grandes varejistas, a exemplo de Magazine Luiza, Amaro, McDonald's e Tok&Stok, além de gigantes de outras áreas como Uber, 99, Dr.Consulta e iFood. Só no território nacional, a Adyen impacta 50 milhões de consumidores.
Com o passar dos anos — em parte pela melhora da internet no Brasil, em parte pela disseminação dos smartphones —, as compras online foram ganhando cada vez mais força. E com direito a novos desafios para o setor de pagamentos.
Os consumidores passaram a exigir prazos de entrega cada vez mais curtos e fretes cada vez mais acessíveis. Depois, surgiu a demanda por novos canais de venda, do Instagram ao WhatsApp — e o desafio extra, para as marcas, de administrar tudo isso de maneira eficiente e integrada.
Em 2018, a Adyen lançou uma solução que integra loja física e e-commerce em uma experiência omnichannel 2.0. É o chamado Unified Commerce, que dá aos clientes uma visão 360 graus do negócio.
Na ótica da multinacional, os pagamentos podem virar um ativo estratégico para as empresas aprimorarem a experiência de compra dos clientes. Graças ao Unified Commerce, os varejistas podem integrar os pagamentos de todos os tipos de venda em um único sistema. Em outras palavras, toda a operação de compras pode ser gerenciada com um só contrato, e com relatórios consolidados.
A plataforma da Adyen é também a única solução de comércio unificado que se conecta diretamente à Visa, à Mastercard e a todos os principais métodos de pagamento existentes, permitindo que empresas aceitem transações online, mobile e em lojas.
Desde que desembarcou no Brasil, a companhia enfrenta um desafio que nunca vai deixar de existir: combater fraudes sem bloquear, acidentalmente, os consumidores legítimos.
A empresa foi pioneira ao introduzir soluções que vieram para ficar, como a desenhada para serviços de assinaturas – que permite, por exemplo, a troca de cartões vencidos por válidos. “O machine learning é a base de nossas soluções”, resume Stemposki.
Convém lembrar que o setor de pagamentos brasileiro, até 2010, era um mercado fechado regido por um duopólio. E até 2017 as maquininhas de pagamentos estavam sujeitas a um monopólio. O aval às empresas de adquirência de cartão de crédito, que hoje podem aceitar todas as bandeiras, e o fim da exclusividade das maquininhas ajudaram a revolucionar o segmento.
O uso de cartões de crédito também explodiu na última década. Em 2011, o Banco Central registrou 3,86 milhões de operações processadas via cartão de crédito no Brasil. Em 2021, foram 12,6 milhões de transações, quase quatro vezes mais. Lá atrás, quase todo mundo conhecia alguém que simplesmente não tinha cartão de crédito.
Para se adaptar aos hábitos nacionais, a Adyen implementou um time exclusivo de desenvolvedores no Brasil. “Foi a primeira equipe fora da Holanda”, conta Stemposki.
A empresa se deu conta da necessidade de adequar sua tecnologia para o mercado brasileiro e suas particularidades. O diretor lembra, por exemplo, que as compras parceladas – uma realidade incontornável no Brasil – não existiam no exterior.
Essa estratégia foi o que permitiu a incorporação de boletos, de parcelamentos e, mais recentemente, do Pix (lançado pelo Banco Central em 2020, o sistema atingiu no ano seguinte a marca de R$ 550 bilhões movimentados por mês).
Agora, as soluções que facilitam compras por meio dessas particularidades verde-amarelas começam a ser exportadas para outros mercados da Adyen, como o da Grécia.
A Adyen veio para o Brasil impulsionada pela demanda de um cliente global, que queria expandir sua atuação. Inicialmente, a operação brasileira funcionava como um hub para enviar transações para as operadoras de cartão. Aos poucos, a Adyen foi identificando as demandas e lacunas do segmento e trazendo para o país suas soluções já consagradas no exterior.
A autenticação inteligente – que autoriza o pagamento com o emissor dependendo da pontuação de fraude da transação –, é uma das inovações que a Adyen ajudou a popularizar no Brasil.
Outra, já bastante trivial, é a validação do cartão por meio de uma autorização de valor zero, na qual os consumidores mal se dão conta, pois ela não custa nenhum centavo para eles. Quem pede carros de aplicativos sabe bem do que estamos falando.
“O grande público talvez não nos conheça, mas fazemos parte do dia a dia de muitos consumidores”, diz Stemposki. A aceitação dessa tecnologia também se deve à Uber, no Brasil desde 2016, que ajudou a revolucionar a maneira como pagamos por corridas de transporte.
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