Considerado um empresário discreto e objetivo, Palladino nunca circulou muito no mercado financeiro (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2010 às 20h51.
Aos 59 anos, Rafael Palladino está no epicentro de uma fraude que pôs o banco PanAmericano à beira da quebra. Afastado do cargo de presidente desde terça-feira, quando o rombo de 900 milhões de reais (segundo o Banco Central) no balanço da instituição foi divulgado, Palladino já trabalhou com atividades bem diversificadas, para dizer o mínimo.
Estudou Educação Física, foi professor, personal trainer, administrador de academias e dono de uma rede de postos de gasolina. Em 1990, foi convidado por Silvio Santos para se tornar assessor da área de imóveis do grupo. Em vinte anos de trabalho para o homem do baú, atingiu o maior cargo diretivo de seu grupo.
Em entrevistas publicadas no passado, Palladino afirmou não se considerar um bom executivo, mas sim um homem que não deixa escapar as oportunidades. O banqueiro também disse que tinha total liberdade de ação dentro do PanAmericano e que cuidava de todos os detalhes do banco como se a instituição fosse sua.
Palladino foi o mentor de Patrícia Abravanel, a filha de Silvio Santos que comanda hoje o SBT. Patrícia foi estagiária do banqueiro no PanAmericano e aprendeu com ele boa parte do que sabe sobre negócios, segundo disse o próprio Palladino no passado.
Considerado um empresário discreto e objetivo, nunca circulou muito no mercado financeiro. Seu lema: "Menos conversa e mais trabalho". No banco, costumava ser temido por seus funcionários por seu temperamento explosivo e, por vezes, grosseiro. "Nas poucas vezes que o vi, não me despertou nenhum tipo de julgamento.
Parecia ser um profissional dentro da média, nada aquém nem além do que se espera para um administrador", afirmou um investidor do PanAmericano que preferiu não se identificar. Por ter um comportamento mais voltado para questões internas da instituição, Palladino tinha pouco contato com investidores e outros executivos de bancos. Wilson Roberto de Aro, diretor de Relações com Investidores do banco, era mais aberto - como o cargo exigia - às necessidades de relacionamento com o mercado financeiro.