As fortunas dos bilionários cresceram de maneira exponencial em 2024, alcançando um aumento coletivo de US$ 2 trilhões, segundo o mais recente relatório de desigualdade da Oxfam, divulgado pela CNBC.
A riqueza combinada dos indivíduos mais ricos do mundo saltou de US$ 13 trilhões para US$ 15 trilhões em apenas 12 meses, marcando o segundo maior aumento anual já registrado pela entidade.
Paralelamente, a pobreza global permanece praticamente inalterada desde 1990, com 44% da população mundial sobrevivendo com menos de US$ 6,85 por dia. A desigualdade é acentuada pelo fato de que o 1% mais rico detém quase 45% de toda a riqueza global.
O relatório da Oxfam, intitulado "Takers Not Makers", também aponta que 60% da riqueza bilionária tem origem em heranças, monopólios ou conexões políticas. Esses fatores são classificados pela organização como "riquezas imerecidas".
Trilionários à vista?
A atual trajetória da acumulação de riqueza sugere que o mundo poderá ver pelo menos cinco trilionários na próxima década. O CEO da Tesla, Elon Musk, é citado como o principal candidato a se tornar o primeiro trilionário, com patrimônio atual estimado em US$ 440 bilhões.
“O domínio de nossa economia global por uma elite privilegiada alcançou níveis inimagináveis,” disse Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam International, à CNBC. Ele também ressaltou que o ritmo de acumulação de riqueza bilionária triplicou, ampliando o poder dessa elite.
Medidas urgentes para combater a desigualdade
Em um apelo aos governos, a Oxfam defende que as rendas do 10% mais rico não sejam superiores às do 40% mais pobre. A entidade também sugere mudanças nas regras econômicas globais, incluindo a regulação de monopólios e a implementação de políticas fiscais que garantam maior tributação sobre os mais ricos.
O relatório foi divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial em Davos, que reúne líderes de 130 países para debater questões econômicas globais. O contexto político norte-americano também destaca o tema, com o presidente em fim de mandato, Joe Biden, alertando para a formação de uma "oligarquia de riqueza extrema" no país.
Oxfam ressalta que o fluxo de capital para os bilionários em vez de investimentos em áreas essenciais como saúde e educação representa uma ameaça não apenas à economia, mas à humanidade. “Bilhões de dólares em heranças intocadas perpetuam uma aristocracia moderna, mantendo riqueza e poder nas mãos de poucos,” concluiu Behar.