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Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2013 às 19h20.
São Paulo – As cifras milionárias do futebol enchem os olhos – e os bolsos – de muita gente. Operações como a transferência de Neymar para o Barcelona oferecem um autêntico jogo de ganha-ganha entre os times no mundo dos negócios.
Por aqui, coube ao Santos muito mais do que metade dos 35 milhões de euros que o time espanhol teria desembolsado na operação – os números ainda não estão confirmados. Ainda que o Santos já seja reconhecido mundialmente como um celeiro de novos talentos, a oportunidade de fazer dois amistosos com o time titular do Barça pode levar o alvinegro praiano de volta ao topo na lista de times com marcas internacionalizadas.
Naturalmente, com maior alcance mundial cresce também o bolo vindo dos patrocinadores e das vendas de produtos em todo o mundo. Quem estiver ao lado do Santos também ganha: “eles levam a reboque outras marcas brasileiras para a exposição internacional”, afirma José Estevão Cocco, diretor da J. Cocco Sportainment Strategy. “O Santos pode virar o nosso Barça.”
Com o dinheiro, Cocco espera que o Santos faça mais que o prometido reforço na equipe. “Eles devem aplicar nas escolinhas, no desenvolvimento de novos craques”, diz. E de investimento em categorias de base o Santos entende, haja visto o desempenho de estrelas como Robinho, Elano e o próprio Neymar, que também veio da base.
Enquanto isso, na Europa
Buscar internacionalização na Europa ainda é um bom caminho para o futebol nacional. Por mais que o continente inteiro esteja enfrentando a crise econômica, os investimentos no futebol não parecem diminuir na visão de Cocco.
A entrada de Neymar no time espanhol pode configurar uma nova página na história do time e do espetacular futebol espanhol – que ainda amarga uma final de Liga dos Campeões entre dois times alemães em um evento nada tradicional. “O Barcelona mostrou que quer renovar o próprio time, para voltar a sua trilha de sucesso”, diz Cocco. “O Neymar deve puxar uma fila de novas aquisições do time e também do seu principal concorrente, o Real Madrid.”
O poder de fogo alemão
A última final da Liga dos Campeões desceu quadrado para admiradores do futebol espanhol. No entanto, ver Borussia Dortmund e Bayern de Munique disputando a taça mais concorrida da Europa mostra o quanto o futebol alemão ainda tem para ensinar aos times brasileiros.
Não é só uma questão técnica ou de marketing. Para Cocco, os alemães encontraram sua fórmula para profissionalização da gestão de seus times de futebol. Lá a participação do público em geral tende a ser bem do que por aqui, o que reduziria as possibilidades de ganho financeiro com exposição.
“Temos tudo a aprender com eles. Desde a organização da própria confederação como a organização dos eventos em si, o conforto dos estádios e o próprio espetáculo do futebol”, afirma Cocco, que ressalta: “a profissionalização ameaça o modelo de gestão que vem sendo praticado por aqui”.