Black Friday: 47% dos brasileiros pretendem fazer compras no evento (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 14h31.
A sexta-feira mais aguardada do varejo brasileiro está se aproximando. A Black Friday já tem data marcada: 29 de novembro. Para os varejistas, porém, o evento já começa bem antes, uma vez que as lojas precisam se preparar e traçar uma estratégia de descontos para a data.
Para se preparar, uma das boas estratégias é identificar quem está querendo gastar — e como.
Uma pesquisa realizada pela consultoria em marketing e tecnologia MindMiners revela que, apesar dos desafios econômicos do último ano, 47% dos brasileiros pretendem fazer compras na Black Friday. Mais de um terço, 38%, já separa parte do orçamento anual exclusivamente para aproveitar a data.
"É fundamental entender não só quem é o comprador da Black Friday, mas também o que ele espera e como está sua situação financeira no momento da compra", afirma Danielle Almeida, CMO da MindMiners.
Embora a Black Friday seja conhecida por atrair consumidores atrás de promoções relâmpago, muitos veem na data uma oportunidade para adiantar as compras de Natal e Ano Novo.
O estudo mostra que 56% dos consumidores aproveitam a data para se preparar para as festas de fim de ano, buscando principalmente eletrônicos, vestuário e produtos para a casa. Além disso, o pagamento do décimo terceiro salário pode ser um incentivo extra para quem quer se dar um presente.
Mas a situação financeira do consumidor brasileiro não é simples. Cerca de 54% das pessoas relataram dificuldades no poder de compra ao longo de 2023, e 34% ainda enfrentam problemas para pagar as contas em dia, o que reforça o cenário de inadimplência que atinge 68 milhões de brasileiros.
As contas de cartão de crédito, água, luz e o cheque especial estão entre as mais atrasadas.
A pesquisa destaca que, para muitos brasileiros, o consumo na Black Friday está diretamente relacionado ao orçamento apertado.
Entre os principais problemas citados pelos entrevistados estão o desemprego e os baixos salários, que afetam a renda de 38% dos consumidores. 29% deles também mencionaram que gastos inesperados – como emergências médicas – acabaram impactando o planejamento financeiro ao longo do ano.
A pesquisa aponta que marcas como Amazon, Americanas e Magalu estão entre as preferidas dos consumidores durante o evento, mencionadas por 17% dos entrevistados. Além disso, a Black Friday também é vista como um momento para experimentar novos produtos. 48% dos consumidores estão dispostos a testar itens que normalmente não comprariam fora do período promocional.
Para atrair esse público, cupons e promoções são essenciais. O levantamento indica que 60% dos consumidores sentem-se mais motivados a comprar ao receber um código de desconto. Programas de cashback e promoções em parceiras com bancos também fazem sucesso, com 49% dos entrevistados preferindo lojas que oferecem esses benefícios.
Mesmo com dificuldades financeiras, o consumidor brasileiro mostra criatividade ao se adaptar para participar da Black Friday. Grande parte da renda é destinada a gastos essenciais como alimentação (50%) e moradia (39%), mas o desejo de aproveitar descontos faz com que 53% dos entrevistados comprem itens que normalmente não caberiam no orçamento, se os preços forem atraentes.
“O público está mais seletivo, mas não menos interessado. As marcas precisam oferecer mais do que descontos – precisam criar uma experiência de compra vantajosa e confiável", afirma Almeida.
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