Alwaleed Bin Talal Alsaud: ele está entre os presos na Arábia Saudita (Jasper Juinen/Getty Images)
Diogo Max
Publicado em 5 de novembro de 2017 às 13h11.
Última atualização em 5 de novembro de 2017 às 15h17.
São Paulo – A força tarefa contra corrupção na Arábia Saudita, que prendeu 11 príncipes e 38 ministros e ex-ministros na madrugada deste domingo, causou um abalo no mundo dos negócios, principalmente para a rede social Twitter, o app de caronas Lyft, o banco Citigroup e a rede 21st Century Fox. Isso porque um dos investidores mais importantes dessas empresas está na lista dos detidos.
Trata-se do príncipe Alwaleed bin Talal, 62 anos, o maior bilionário da Arábia Saudita e a 45ª pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em mais de 17 bilhões de dólares, segundo o ranking de bilionários da Forbes de 2017. Ainda não há mais explicação sobre a acusação que pesa contra o príncipe saudita.
Sobrinho do rei Salman, ele possui também fatias em hotéis de luxo espalhados pela Europa, como o Savoy, em Londres, e o George V, em Paris, e nas redes Four Season e Accor.
Seus investimentos são feitos através da empresa Kingdom Holding, que possui também uma grande parcela na Rotana, uma firma de entretenimento no mundo árabe, e no Banque Saudi Fransi, onde o magnata virou neste ano o principal investidor, após comprar uma fatia de 16%, em um negócio avaliado em mais de 1,5 bilhão de dólares.
Colega de outros bilionários de peso, como Rupert Murdoch, dono da News Corp., e Michael Bloomberg, proprietário da empresa do mundo financeiro que leva seu nome, Alwaleed chegou até mesmo a aliar-se a Bill Gates, cofundador da Microsoft, na promessa de um financiamento milionário para um projeto de uma empresa de energia renovável no ano passado.
A ligação do chamado "príncipe favorito do mundo tech" não se dá apenas com o Twitter, onde ele possui 5% das ações da rede de microblogs, mas com a Apple e o eBay, cujas ações de ambas as companhias sua holding manteve por mais de uma década.
Sua influência nos negócios, no entanto, não para por aí: ela mistura-se também à elite do mundo da política.
Em 1991, o príncipe saudita chegou a comprar um iate de Donald Trump, hoje presidente dos Estados Unidos. No ano passado, ele jogou um balde água fria no republicano, postando no Twitter que ele nunca sairia vencedor das eleições americanas no ano passado. Como Trump venceu, Alwaleed teve de se redimir, desejando ao empresário uma boa sorte.
Ontem, contudo, o presidente americano pediu para que a Aramco, a maior petroleira da Arábia Saudita, listasse suas ações em Wall Street.