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Quem é o bilionário que quer criar uma indústria de chips na China para competir com os EUA

O executivo acaba de anunciar a criação de um fundo de 10 bilhões de yuans - 7,55 bilhões de reais, em cotação atual – para desenvolver o setor

Desde o ano passado, a “Guerra dos Chips” tem se acelerado e criado dificuldades para as indústrias dependentes do mercado de semicondutores (Bobby Yip/Reuters)

Desde o ano passado, a “Guerra dos Chips” tem se acelerado e criado dificuldades para as indústrias dependentes do mercado de semicondutores (Bobby Yip/Reuters)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 3 de março de 2023 às 13h19.

Última atualização em 3 de março de 2023 às 13h57.

O bilionário Lei Jun, fundador da Xiaomi, resolveu entrar na briga pela impulsionar a indústria de chips na China. O executivo acaba de anunciar a criação de um fundo de 10 bilhões de yuans - 7,55 bilhões de reais, em cotação atual – para desenvolver o setor.

A medida foi comunicada nesta quinta-feira, 02, pela Kingsoft, empresa da qual é presidente do conselho de administração. Em comunicado na Bolsa Hong Kong, a companhia informou sobre a participação no fundo, ainda sem nome, com o investimento de 500 milhões de yuans.

A Xiaomi, a partir de duas subsidiárias, contribuirá com mais de três bilhões de yuans. O restante do valor virá de fundos e investidores ligados ao governo de Pequim.

Como funciona a Guerra dos Chips

A proposta é que o fundo invista em empresas que estão desenvolvendo tecnologias avançadas na indústria de chips, com o uso de novos materiais, dispositivos inteligentes e capacidade de produção em larga escala.

A movimentação tenta responder às restrições cada vez mais abrangentes à exportação de tecnologias avançadas para a fabricação de chips ao país asiático.

Desde o ano passado, a “Guerra dos Chips” tem se acelerado e criado dificuldades para as indústrias dependentes desse mercado. Os semicondutores são usados em diversas cadeias produtivas:

  • Fabricação de carros
  • Celulares
  • Tecnologias de inteligência artificial
  • Vigilância
  • Espionagem

Em outubro, o governo americano restringiu as exportações, uma estratégia de evitar o crescimento chinês no setor e criar uma potencial concorrência econômica tanto econômica quanto militar. No fim do ano, Japão e Holanda fizeram movimento no mesmo sentido.

Dono da Xiaomi, a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, com 11% de participação globalmente, de acordo com dados da consultoria Canalys, Jun tem muito a perder com a situação. As primeiras colocadas são a americana Apple e da sul-coreana Samsung.

Além disso, pode impactar o negócio da Kingsoft, uma empresa de software de segurança e entretenimento que investe cada vez mais no desenvolvimento de novas tecnologias.

Quem é Lei Jun

Com uma fortuna estimada em 10,6 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes, Jun começou a carreira na Kingsoft, em 1992. Seis anos mais tarde, ele se tornou CEO da companhia, posição em que se manteve até 2007.

Um ano depois de renunciar ao cargo, voltou à companhia como diretor não executivo e desde 2011 ocupa o posto de presidente do conselho de administração.

Ao longo do tempo, ele sempre investiu em outros projetos, como a livraria jojo.com, vendida à Amazon por US$ 75 milhões em 2004.

O grande sucesso veio em 2010, com a cocriação da Xiaomi. De acordo com a Bloomberg, a fabricante de smartphones é a fonte principal da fortuna de Jun. A companhia está listada na bolsa desde 2018 e o executivo detém 24% das ações.

Ele ainda tem 13% dos papéis Kingsoft e 9% da JOYY Inc, uma plataforma de entretenimento móvel.

O bilionário também é conhecido no país asiático por seu apoio constante à inovação como investidor anjo.

Acompanhe tudo sobre:ChinaBilionáriosXiaomi

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