Eduardo Eurnekian, presidente da Corporación América: o segundo homem mais rico da Argentina, segundo a Forbes, desembarca hoje no Brasil para negociar a compra de 33% da SIX, que pertence ao Eike Batista (Diego Levy/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 11h52.
São Paulo – Presidente da Corporación América e dono de uma fortuna de mais de 1,8 bilhão de dólares, o segundo homem mais rico da Argentina, Eduardo Eurnekian, poderá fazer o ano de 2014 de Eike Batista mais tranquilo. O bilionário desembarcará hoje no Brasil para negociar a compra de 33% da participação que o empresário brasileiro possui na SIX Semicondutores.
A iniciativa, no entanto, não é nem um pouco altruísta: Eurnekian possui em Chascomús, província de Buenos Aires, a fábrica de semicondutores Unitec Blue, inaugurada há menos de um ano.
Aos 71 anos, o bilionário, que não pensa em se casar, tem como herdeiros de sua pomposa fortuna sobrinhos e irmãos.
Trajetória
Sua trajetória foi iniciada em uma indústria têxtil criada por sua família. Porém, o empresário optou por ampliar os negócios e entrar para o ramo da comunicação. Assumiu a Cablevisión, na época, uma estação de televisão a cabo e a transformou em uma das maiores operadoras de TV do país.
À frente da Corporación América, teve a missão de expandir o portfólio do grupo e transformá-lo em uma multinacional de notoriedade, envolvida na concessão de 48 aeroportos em países como Argentina, Itália, Brasil – Natal e Brasília, Armênia e Uruguai.
Nomeado empresário do ano em 1995, na Argentina, Eurnekian não é apenas bem visto na Argentina, seu país de origem, mas em regiões europeias também, onde possui negócios.
Negócios bilionários
Em maio de 2013, o argentino inaugurou a Unitec Blue com objetivo de conquistar a liderança regional do segmento de tecnologia. Para isso, Eurnekian poderá destinar à companhia mais de 1 bilhão de dólares até 2016.
Caso conclua a negociação com a Six, o empresário fará a alegria do BNDES e da IBM, arcando com o papel que Eike Batista não consegue mais lidar e, evitando, assim, mais prejuízos.
A parceria poderá, também, tirar do papel o projeto de construção de uma fábrica de chips da SIX, que foi adiado por falta de verba, segundo reportagem do Wall Street Journal.
Desde o ano passado que o BNDES procura um substituto para Eike, que também está disposto a deixar a companhia. O grupo EBX e o BNDES têm 33% cada um da operação da SIX.