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Quem é a mexicana Lala, nova dona da Vigor

No Brasil, aquisição é o primeiro negócio da companhia mexicana que tem fábricas espalhadas pelo México, Estados Unidos e América Central

Vigor: marca foi uma das adquiridas pela mexicana Lala (Vigor/Divulgação)

Vigor: marca foi uma das adquiridas pela mexicana Lala (Vigor/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 16h41.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 18h09.

São Paulo – A partir de hoje, a Vigor tem um novo dono. A holding J&F, dona da JBS, passou o controle da empresa de laticínios para o Grupo Lala.

A venda, fechada no dia 1º, passa a valer a partir de hoje. O negócio também inclui a participação que a Vigor tem na Itambé.

Fundada em 1917, a Vigor tem mais de 7.600 funcionários, 11 centros de apoio, 31 centros de distribuição e 14 fábricas. Com produtos como queijos, iogurtes e outros alimentos lácteos, a Vigor é dona das marcas Vigor, Danubio, Faixa Azul, Serrabella, Leco, Amelia e Carmelita.

A Lala fatura alto, 53,5 bilhões de pesos mexicanos em 2016, cerca de 3 bilhões de dólares, com mais de 600 produtos diferentes, encontrados em mais de 500 mil pontos de venda. Com 22 fábricas espalhadas pelo México, Estados Unidos e América Central, o grupo tem mais de 34 mil funcionários.

A aquisição da Vigor é a primeiro feita pela companhia no Brasil e ocorre em um momento de expansão para a mexicana, que tem a expectativa de incrementar as receitas com a entrada no mercado brasileiro - estratégia adotada também em outros países.

As vendas líquidas globais da empresa cresceram 11% no ano passado, depois de aquisições na Nicarágua, na Costa Rica e nos EUA.

Comprar e crescer

Aquisição, por sinal, tem sido a marca da empresa desde sua criação, em 1950, como La Pasteurizadora Laguna. O nome Lala vem de "La laguna", região no norte do México próxima ao lago Mayran. Em 1977, a Pasteurizadora Laguna se une à Pasteurizadora Nazas, criada em 1956.

Ela entrou nos Estados Unidos em 2008, com a compra de uma manufatura em Omaha, no Nebraska. No mesmo ano, também passou a operar na Guatemala com uma aquisição. Entrou na Nicarágua, recentemente, seguindo a mesma estratégia.

Nas últimas décadas, comprou diversas companhias e marcas menores e passou a atuar em todas as regiões do México até chegar, agora, ao Brasil.

Sentido inverso

Já a J&F, holding controladora da JBS, faz atualmente o caminho inverso. A venda da Vigor faz parte do plano de levantar 8 bilhões de reais com vendas de ativos, para pagar multas e acordos de leniência.

O processo de desinvestimento começou após os irmãos Wesley e Joesley Batista terem fechado acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). As denúncias dos empresários envolveram políticos como o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves.

Ela já vendeu a Alpargatas para o fundo Cambuhy, por 3,5 bilhões de reais, e as operações de carne na América do Sul por 300 milhões de dólares para o frigorífico Minerva.

Há outros ativos sendo negociados, como a Eldorado Celulose – que está em negociações exclusivas com a Arauco - e a fabricante de produtos de higiene e limpeza Flora.

 

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