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Queda de exportações faz Volkswagen dar férias a mil funcionários

Redução do fluxo de vendas para a Argentina e crescimento menor do que o esperado já estão levando montadoras a rever o ritmo de produção

Volkswagen: mil funcionários da maior fábrica no país, em São Bernardo do Campo, irão entrar em férias coletivas (Sean Gallup/Getty Images)

Volkswagen: mil funcionários da maior fábrica no país, em São Bernardo do Campo, irão entrar em férias coletivas (Sean Gallup/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de julho de 2018 às 11h19.

Última atualização em 19 de julho de 2018 às 11h23.

A queda das exportações para a Argentina e o crescimento menor do que o esperado para as vendas no mercado interno, principalmente após a greve dos caminhoneiros, já estão levando montadoras a rever o ritmo de produção que vinha sendo acelerado desde o início do ano.

A Volkswagen vai dar férias coletivas de um mês para cerca de mil funcionários da sua maior fábrica no País, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde são produzidos dois dos modelos mais vendidos da marca, o Polo e Virtus.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o primeiro grupo de mil funcionários entrará em férias no dia 21 de agosto. Está prevista a dispensa de outros quatro grupos em quantidade e datas a serem definidos. Procurada, a direção da Volkswagen não quis comentar o assunto.

Dirigentes do sindicato afirmaram que a justificativa para as férias é a queda das vendas no mercado interno e a suspensão de pedidos da Argentina, país que fica com 70% de toda a exportação brasileira de veículos.

Em recente entrevista, o presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, afirmou que o mercado vai crescer um pouco menos do que se esperava. "Antes achávamos que as vendas totais do mercado chegariam a algo entre 2,5 milhões e 2,55 milhões de unidades. Agora, esperamos algo entre 2,45 milhões e 2,5 milhões de unidades."

Segundo ele, o motivo não é só a greve. "A Copa do Mundo também afetou, com o fluxo nas lojas caindo nos primeiros dez dias de julho". Além disso, disse o executivo, possíveis efeitos da eleição devem chegar durante a campanha, "de forma positiva ou não". O câmbio também é um ponto de atenção.

Ele citou ainda que a produção destinada à Argentina está sendo compensada com outros países, como Chile e Colômbia. Segundo o executivo, somando todos os destinos, a marca vai exportar cerca de 6 mil veículos a menos do que previa inicialmente.

A Volkswagen é a maior exportadora do setor automotivo e, no ano passado, vendeu 163 mil veículos para diversos países, especialmente da América do Sul.

Projeções refeitas

No início do mês, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) reviu as projeções de vendas externas do setor de 800 mil para 766 mil unidades neste ano, ou seja, 34 mil a menos.

O crescimento para a produção, antes previsto em 13,2%, foi revisado para 11,9%, para 3,02 milhões de unidades. Já a projeção para vendas internas foi mantida em 2,5 milhões de unidades (11,7% a mais que em 2017), embora a intenção da Anfavea, antes da greve, era de rever essa previsão para cima.

Outras sete montadoras consultadas nessa quarta-feira, 18, informaram não ter, por enquanto, planos de parar as fábricas ou dar férias coletivas no momento.

A General Motors informou que a fábrica de Gravataí (RS) suspenderá a produção entre os dias 30 de julho e 5 de agosto, "para adequação da linha visando a implantação de novas tecnologias".

A Toyota informou que fará paradas programadas para manutenção, como faz anualmente. Os trabalhadores da Honda voltaram recentemente de um período de 10 dias de folgas e terão novo período de 10 dias de descanso no final do ano, também seguindo um cronograma tradicional na empresa.

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