Dustin Moskovitz ocupa a 103ª posição entre os mais ricos do mundo (Getty Images/Getty Images)
Repórter de Negócios
Publicado em 29 de junho de 2024 às 08h59.
Última atualização em 30 de junho de 2024 às 14h20.
Estilo de roupa básica, treinos, corridas de rua e quase desafiante de Elon Musk em uma luta de boxe. Os passos de Mark Zuckerberg são divulgados e acompanhados por audiência que chega a 13,9 milhões de pessoas em seu perfil no Instagram.
Assim também como os números da sua fortuna, estimada em US$ 180 bilhões pela Forbes, o que o coloca no quarto lugar entre as pessoas mais ricas do mundo. Zuckerberg é o rosto que vem à mente sobre quem está à frente da Meta, um conglomerado de tecnologia com um valor de mercado de US$ 1,3 trilhão.
Bem distante dessa imagem está um ex-colega de quarto em Harvard e também cofundador do Facebook, a rede que deu origem à Meta.
Dustin Moskovitz saiu da plataforma em 2011, após ser a cabeça por trás da área de desenvolvimento e ter ocupado os postos de diretor de tecnologia e vice-presidente de engenharia.
Ao contrário de Zuckerberg, ele tem apenas uma foto no Instagram, rede em que é seguido por não mais do que 5.000 usuários. No LinkedIn, plataforma da Microsoft, é mais presente - e mais seguido. Cerca de 50.000 pessoas acompanham as suas postagens, nada regulares. A maioria é sobre a nova empresa.
Na mudança de casa, deixando o Facebook, Moskovitz criou a Asana, uma ferramenta para organizar e gerenciar o dia a dia do fluxo de trabalho das equipes. A startup foi gestada dentro da própria rede social para acompanhar as tarefas, projetos e desenvolvimento de produtos.
Ao lado de Moskovitz, estava Justin Rosenstein, programador que o Facebook tinha trazido do Google. Saíram de lá como sócios para lançar a ferramenta que hoje concorre com sistemas como Monday.com e a Smartsheet, mais ligado ao mercado financeiro.
A Asana informa que mais de 150 mil empresas usam a plataforma, como Spotify, Uber, Danone, Paypal e Salesforce. No ano passado, a receita ficou em US$ 652,5 milhões, aumento de 19% ano em relação a 2022.A companhia foi listada na bolsa de valores de Nova York em 2020, no período da pandemia e em que essas plataformas ganharam mais impulsos. Atualmente, o valor de mercado está em US$ 3,19 bilhões, abaixo dos US$ 4 levantados no IPO.
Parte do desconhecimento sobre Moskovitz está relacionada ao seu perfil mais introvertido, como ele costuma descrever a si próprio. Na Asana, Rosenstein era o rosto conhecido até 2019, quando decidiu deixar o posto de CEO e ir para o conselho de administração.
No dia a dia da operação, o estilo mais recluso do empreendedor faz com que pregue atitudes mais comedidas pelo time e pela empresa, longe das estratégias agressivas da sua ex-companhia.
“Leva tempo para criar a bola de neve”, disse ele em entrevista à Forbes em 2020 sobre o ritmo de crescimento. “O objetivo era ser rápido, mas rápido no longo prazo, não rápido no curto prazo. Agora, estamos colhendo os frutos do que semeamos.” Pelo visto, a tática vem dando certo e fazendo o bolo crescer.
Atualmente, Moskovitz tem uma fortuna estimada em US$ 18 bilhões, de acordo com o ranking de bilionários da Forbes, e ocupa a 103ª posição entre os mais ricos do mundo. Ele detém 2% de participação na Meta, cuja ação acumula alta superior a 40% nos primeiros meses do ano. Na Asana, o cenário é o oposto, com 26% de queda.