Haval Jolion: SUV tem dimensões próximas ao Jeep Compass (Great Wall Motor/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 16h53.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 17h11.
A chinesa Great Wall Motor — também conhecida pela sigla GWM — finalmente chegará ao mercado brasileiro após 12 anos de análises. Valeu a espera: a empresa arrematou a fábrica de Iracemápolis (SP) que pertencia à Mercedes-Benz e prometeu a produção de veículos híbridos e elétricos no país na segunda metade de 2023. E já existem dicas de quais modelos serão vendidos aqui.
Durante a apresentação de planos e estratégias da operação nacional, executivos confirmaram que todas as opções serão eletrificadas, conectadas à internet 5G e autônomas em nível 2 (que controla a distância em relação ao veículo à frente e se mantém dentro da faixa). Também haverá três focos, com as linhas Haval, para SUVs urbanos; Tank, para SUVs de luxo; e Poer, para picapes.
Não é surpresa que a GWM ainda faça mistério em relação às escolhas definitivas para o nosso país — sem contar que teremos dez lançamentos até 2025. Mas foi o próprio Oswaldo Ramos, CCO (sigla para Chief Commercial Officer) quem antecipou a decisão de comercializarem aqui os modelos com estrutura modular LMN. Essa plataforma é a mesma batizada como L.E.M.O.N. na China.
Em entrevista à EXAME, o executivo brasileiro também confirmou que nenhum dos futuros veículos existe atualmente. Mas atenção à licença poética: essa descrição vale para as reestilizações, como são chamadas atualizações superficiais no desenho; e para as novas motorizações. Esse detalhe vale principalmente para Tank e Poer, marcas com poucos produtos e todos recém-lançados.
No caso da Haval, que deverá concentrar maior parte do volume de vendas — e foco — da Great Wall no mercado brasileiro, as previsões são mais complicadas, principalmente porque a marca vende 11 modelos diferentes na China. Só que, mais uma vez, as dicas antecipadas na apresentação da fábrica ajudam a desvendar o mistério: os modelos H6 e Jolion são feitos sobre plataforma LMN.
E onde encaixa a promessa de veículos inéditos? Por enquanto, nenhum deles é eletrificado. Mas as versões híbridas devem surgir em breve, como é o caso do H6, que já está confirmado com opção PHEV (sigla para híbridos plug-in que podem ser recarregados na tomada) e autonomia superior aos 200 km em modo totalmente elétrico. Ou seja, mais uma característica antecipada aqui.
Também pesar a favor dessas escolhas o fato de H6 e Jolion serem comercializados em outros países da América Latina, como Chile, Equador e Peru. Considerando que a fábrica de Iracemápolis (SP) terá exportações para mercados da região, apostar em novas versões híbridas dos modelos existentes faz todo o sentido. Essa mesma estratégia deverá ser aplicada para veículos de Tank e Poer.
No caso do Haval H6, o tamanho é praticamente o mesmo do Mercedes-Benz GLC — são 4 cm menos no comprimento e 10 cm a mais de altura, enquanto a largura é quase igual —, mas os preços devem seguir próximos de marcas generalistas. Por outro lado, o Jolion parece feito sob medida para brigar com o Jeep Compass, considerando que as dimensões de ambos SUVs são semelhantes.
Em relação às demais marcas, a Great Wall Motor vende apenas dois SUVs com emblema Tank: 300, que tem inspiração em utilitários tradicionais, como Jeep Wrangler e Mercedes-Benz Classe G; além de o topo de linha 500, que remete à proposta do Toyota Land Cruiser. E, no caso da Poer, existe só uma picape (com duas variações de estilo) e deverá vir ao Brasil na opção mais luxuosa.
Procurada, a Great Wall Motor afirma que os modelos previstos para o Brasil estão em desenvolvimento e ainda não foram lançados globalmente.
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