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“Somos a empresa mais transparente do mundo”, diz Huawei à Exame

Em entrevista à EXAME, o diretor global da empresa rebate as acusações do governo americano acerca dos riscos de cibersegurança e reforça liderança no setor

Huawei: certificações de proteção de privacidade e centros de cibersegurança (Alex Tai/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Huawei: certificações de proteção de privacidade e centros de cibersegurança (Alex Tai/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 29 de julho de 2020 às 15h30.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 16h09.

A batalha de narrativas entre Estados Unidos e China em torno da segurança de dados está ganhando novas dimensões.  A pressão de Washington sobre parceiros comerciais para banir a Huawei vem crescendo, mas a empresa chinesa rebate as acusações.

"Proteção de privacidade é nossa prioridade máxima, somos a empresa mais transparente em cibersegurança do mundo", afirma Marcelo Motta, diretor global de cibersegurança e soluções da Huawei, em entrevista à EXAME.

De acordo com o executivo, as acusações que pesam sobre a Huawei vêm de longa data. "Desde que começamos a ganhar destaque no mercado global." Ele ressalta que, em 22 anos operando no Brasil, a empresa "nunca teve problemas relacionados a isso".

Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, declarou em entrevista ao jornal O Globo nesta quarta-feira, 29, que o Brasil pode enfrentar consequências negativas se não banir a Huawei do país, principalmente porque empresas americanas podem deixar de fazer negócios por aqui por medo de exposição de dados sigilosos.

O problema é que a Huawei já atende todas as operadoras instaladas no Brasil. A empresa chinesa afirma ter começado a investir no 5G em meados de 2009.

"A maior parcela de patentes essenciais do 5G é nossa, cerca de 20% do total no mundo, ou 2.570", diz Motta. Com isso, o executivo garante que a Huawei acaba sendo mais competitiva que todas as suas concorrentes.

A companhia chinesa afirma também ter centros de transparência na China e na Bélgica, onde operadoras, empresas e governos podem visitar e testar as soluções da Huawei. "Temos mais de 270 certificações de proteção de privacidade", assegura o executivo.

Além disso, a empresa destaca que as soluções de 4G e 4.5G implementadas no Brasil contam com tecnologias da Huawei e bastaria uma "atualização de software" para implementar o 5G, o que poderia levar a uma economia significativa de custos. "Todo o investimento feito pelas operadoras no 4G não seria perdido na implantação do 5G", diz Motta.

Isso porque, com o leilão do 5G, previsto para o ano que vem, as operadoras terão que investir nas novas faixas de frequência e na infraestrutura de rede. "Quem tiver parceria com Huawei não vai precisar fazer um grande aporte. Vai preservar o investimento já realizado."

Ampla atuação

Com receita de 123 bilhões de dólares em 2019, a Huawei atua em todas as pontas do setor de telecomunicações. Infraestrutura de rede para operadoras é o mercado "berço" da companhia, passando para soluções de comunicação, voz, banda larga, internet móvel, além de equipamentos de conexão para empresas em geral, não só operadoras de telecom.

Para os consumidores finais, a empresa chinesa fornece roteadores wi-fi, soluções para laptops e tablets, além de smartphones. Atualmente, a marca é a segunda maior do mundo, atrás apenas da Samsung - ultrapassando, em 2019, a Apple. "Em alguns países, superamos a Samsung em determinados períodos deste ano", diz Motta.

Segundo Motta, no primeiro semestre a Huawei cresceu 13% mesmo na pandemia, com uma receita proveniente de um portfólio vasto e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. "Investimos 85 bilhões de dólares em P&D nos últimos 10 anos."

A força da gigante chinesa está no seu tamanho - atua em 170 países, com 194.000 funcionários - e nos investimentos volumosos. No entanto, a batalha com o governo americano está se espraiando para o resto do mundo. O governo britânico anunciou recentemente que proibirá a Huawei na rede 5G do Reino Unido, determinando que as empresas de telecomunicações removam seus equipamentos até 2027.

"Somos uma empresa privada, com o controle nas mãos de uma parcela dos funcionários e nossos resultados são auditados. Somos líderes em contratos celebrados no mundo e vamos continuar na liderança", diz Motta.

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