ESG: salários de quem lidera a área podem chegar a R$ 35 mil (d3sign/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 13h40.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 14h41.
O aumento do interesse das empresas por desenhar estratégias mais alinhadas à temática ESG (governança ambiental, social e corporativa) é visível e, com isso, aumenta também a demanda por profissionais que atuam na área.
“Sentimos uma alta procura de posições de sustentabilidade, especialmente em cargos do alto escalão”, comenta Paulo Dias, sócio da Page Executive, divisão do PageGroup especializada no recrutamento executivo para o alto escalão. “Já tivemos, neste ano, quatro posições executivas com seus processos concluídos, além de outras que estão sendo discutidas e trabalhadas."
No caso de ESG, Dias observa uma busca acentuada para as posições de RH mais ligadas às pautas de diversidade — que cabem no “S” da sigla ESG.
“Também notamos maior procura para posições do conselho, com preocupação muito maior para a sustentabilidade e todo o trabalho de governança nas empresas”, afirma. “Todos os conselheiros que recrutamos ao longo deste ano era primordial que eles tivessem domínio e conhecimento da pauta de ESG.”
Só que nem sempre é fácil encontrar o profissional ideal para atuar com ESG. “Mesmo em um contexto aquecido, por se tratar de um assunto ainda considerado novo, encontramos dificuldades para recrutar profissionais especializados”, afirma Ana Carla Guimarães, diretora de negócios da consultoria de recrutamento Robert Half.
A headhunter cita uma pesquisa recente realizada pela Robert Half que mostra que as principais barreiras para a adoção de práticas ESG dentro das empresas brasileiras são:
Na área de sustentabilidade especificamente, Dias nota uma busca maior por diretores mais técnicos, com atuação mais concentrada para as áreas ambiental, de tecnologia ou até mesmo de engenharia.
O profissional técnico desejado pelas empresas, comenta o headhunter, tem um conhecimento específico de como corrigir problemas. “Quando falamos em diminuir desperdícios, é preciso ter um conhecimento da engenharia, tecnologia e inovação”, explica. “Na pauta social, especialmente em posições ligadas a RH, buscam-se especialistas em ações de engajamento de funcionários, projetos sociais, recrutamento mais diverso.”
As pessoas buscadas para essas cadeiras precisam estar alinhadas com esse objetivo, e não fazer algo simplesmente para reportar à matriz ou acionista, alerta Dias. “Esse profissional precisa estar engajado para valer, dedicado a isso. Nos processos seletivos nós temos de avaliar muito bem se o profissional incorporou essas pautas.”
Guimarães diz, ainda, que segundo mapeamento realizado para a elaboração do Guia Salarial 2023 da Robert Half, as áreas que lideram a abertura de vagas em ESG são engenharia e mercado financeiro.
Em engenharia, destaque para os gerentes, coordenadores e engenheiros de EHS (do inglês, environment, health and safety) e ESG. Já no mercado financeiro, analistas, especialistas, gerentes e heads de ESG estão na mira das empresas.
De acordo com o Guia Salarial 2023 da Robert Half, a remuneração de quem trabalha na área de ESG varia entre R$ 6 mil e R$ 35 mil:
Gerente de EHS/ESG: de R$ 14 mil a R$ 31,15 mil
Coordenador de EHS/ESG: de R$ 9,8 mil a R$ 20,05 mil
Engenheiro de EHS/ESG: de R$ 8,1 mil a R$ 18,05 mil
Analista de ESG: de R$ 6 mil a R$ 10 mil
Especialista de ESG: de R$ 10 mil a R$ 15 mil
Head de ESG: de R$ 22 mil a R$ 35 mil
Guimarães reforça que, por tratar-se de um assunto novo no mercado, as áreas ainda precisam encontrar quais efetivamente são as habilidades, técnicas e comportamentais necessárias para o profissional.
De qualquer forma, ela cita o que se espera de um profissional de ESG hoje:
“Para executar tais funções, habilidades analíticas e boa comunicação são fundamentais”, diz o headhunter.
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