Negócios

Professores demitidos planejam atos contra Estácio

Segundo sindicato, uma greve de professores não deve ocorrer neste momento, mas pode ser convocada para o início das aulas do ano que vem

A Estácio afirmou que o desligamento dos professores faz parte de uma reestruturação da base de docentes (foto/Divulgação)

A Estácio afirmou que o desligamento dos professores faz parte de uma reestruturação da base de docentes (foto/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 13h41.

São Paulo - Professores demitidos pela Estácio Participações planejam uma série de manifestações em unidades da instituição de ensino superior privado no Rio de Janeiro, informou nesta quinta-feira o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (SinproRio).

"Estamos reunidos com professores demitidos de forma absurda e vamos tomar medidas não só de caráter jurídico como também político", disse o diretor do SinproRio, João Paulo Câmara Chaves. Ele afirmou que o sindicato planeja atos em várias unidades da Estácio e montará um plano para as homologações e que alunos também avaliam promover manifestação na próxima segunda-feira.

Ele acrescentou que uma greve de professores não deve ocorrer neste momento, mas pode ser convocada para o início das aulas do ano que vem. "É fim de ano, estamos em fechamento de nota, então greve nesse momento acho que está descartada", disse Chaves.

Conforme o diretor do SinproRio, há relatos de professores que teriam sido retirados da sala de aula enquanto aplicavam provas. "Tem casos de assédio moral, professores impedidos de pegar material em sala de aula... Ficamos sabendo de relatos que evidentemente temos que confirmar", afirmou.

Em nota ao mercado na quarta-feira, a Estácio afirmou que o desligamento dos professores faz parte de uma reestruturação da base de docentes iniciada ao fim do segundo semestre letivo de 2017 que resultará na substituição de profissionais.

A empresa afirmou que a decisão "não foi motivada pelas novas regras vigentes em decorrência da reforma trabalhista" e que as contratações para o próximo período ocorrerão no mesmo regime de trabalho dos professores demitidos.

Para o diretor do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Jacob Paiva, esse movimento não é isolado e uma série de instituições privadas e públicas estão precarizando as condições contratuais para professores.

"Algumas universidades estaduais estão parcelando os salários dos professores, outras privadas usando o regime intermitente ou de horista", comentou.

No trimestre de julho a setembro deste ano, os custos da Estácio com pessoal vinculados a serviços prestados somaram 297,1 milhões de reais, um aumento de 8 por cento sobre igual período de 2016. No acumulado do ano, porém, esses gastos foram reduzidos em 3 por cento, a 947,8 milhões de reais.

Já a Kroton Educacional, que é a maior empresa de ensino superior privado do país e chegou a tentar uma fusão com a Estácio - rejeitada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 28 de junho deste ano, desembolsou 732,3 milhões de reais nos nove primeiros meses do ano, 4,3 por cento menos na comparação anual.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesDireitos trabalhistasFaculdades e universidadesGrevesYduqs / Estácio

Mais de Negócios

21 franquias baratas que custam menos que um carro popular usado

Startup quer trazer internet mais rápida e barata para empresas

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980