Refrigerante Kvas é apresentado em Feira do Imigrante em São Paulo (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2014 às 17h01.
São Paulo - Um tipo de refrigerante com baixo teor alcoólico, que encanta há séculos povos de parte da Ásia e do leste da Europa, foi apresentado na 19ª Festa do Imigrante em São Paulo por um produtor familiar que mantém acesa esta tradição.
"É uma produção rudimentar, tradição de aldeia, cultura de antepassados. Rússia, Ucrânia, Polônia e Lituânia consomem essa bebida", disse à Agência Efe o produtor de cervejas Rogério Sventkauskas, que aprendeu fazer o kvas com sua família lituana.
O kvas, que significa pão fermentado, surgiu no leste europeu e é feito a partir do pão preto ou integral rico em cereais como aveia, trigo e cevada, o que ajuda a produção ser parecida com a da cerveja devido à fermentação do pão.
A bebida de coloração marrom tem teor alcóolico que varia de 0,5% a 2%, sendo um dos motivos pelos quais é caracterizada tanto como refrigerante como cerveja russa.
"O processo é similar ao da cerveja: a gente torra o pão, aumentando a torrefação, transparecendo com um grão maltado do malte, depois a gente joga água fervendo, um processo bem rudimentar. Primeiro aferventa, depois resfria e, quando tiver uma temperatura ambiente de 20 a 30 graus, adiciona-se o fermento para fermentar durante dois ou três dias", explicou Sventkauskas.
Depois do processo de fermentação, filtra-se para fazer a maturação com "criatividade": mistura-se suco de beterraba para dar um sabor diferenciado à bebida que tem como slogan "a coca cola do leste europeu".
De acordo com o produtor, que consome a bebida com frequência, foi preciso adaptá-la ao gosto brasileiro, misturando a base forte e escura do pão com suco de abacaxi e hortelã.
Porém, Sventkauskas retifica que o tradicional sabor russo é proveniente do pão preto com açúcar mascavo, para dar sabor bem "encorpado e com maior teor alcoólico".
"O kvas é a bebida mais adorada pelos russos no verão, eles quase não consomem no inverno. Todo mundo toma, desde crianças de 2 anos até os avós. Na cidade russa que morei, vendia-se em barris nas ruas e era super barato", contou a estudante Marina Demartini, que morou um ano na Rússia.
A produção é caseira e divulgada em feiras. A próxima divulgação do produto na capital paulista acontece no dia 3 de agosto, na Feira do Leste Europeu, realizada pelas comunidades descendentes que vivem no Brasil.