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Produção de veículos sobe em marcha lenta diante da retração da economia

A Anfavea, associação que representa as montadoras, divulga nesta sexta-feira, 03, os números da indústria referentes a agosto

Linha de produção: retomada lenta (Germano Lüders/Exame)

Linha de produção: retomada lenta (Germano Lüders/Exame)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 06h00.

A retração da economia brasileira continua contaminando os números da indústria automotiva. A Anfavea, associação que representa as montadoras, deve divulgar nesta sexta-feira, 04, um avanço da produção de agosto sobre o mês anterior. No acumulado do ano, porém, o volume produzido continua bem abaixo do registrado em 2019. 

Segundo estimativas da Bright Consulting, a produção de automóveis e comerciais leves deve somar 190.000 unidades em agosto, um avanço de cerca de 17% sobre julho. No entanto, no acumulado do ano a queda pode se aproximar de 60% sobre igual período de 2019.

O impacto na produção de veículos não se deve somente ao desempenho ruim no mercado doméstico. A Argentina, maior destino dos embarques brasileiros no setor, enfrenta uma grave crise econômica e vem reduzindo sistematicamente as compras do Brasil.

Nesta semana, a federação que reúne as concessionárias, a Fenabrave, relatou uma queda de 35% das vendas de automóveis e comerciais leves no acumulado até agosto.

A retração das vendas ocorre mesmo diante do elevado nível de aprovação de crédito automotivo. Segundo a Fenabrave, a cada dez pedidos de financiamento, sete são aprovados pelos bancos.

Como resultado da lenta retomada após um forte tombo da indústria desde abril, as montadoras iniciam movimentos de negociações com os sindicatos para demissões. A Volkswagen discute dispensas em suas quatro fábricas no país. A Renault demitiu 747 funcionários no Paraná como parte de uma reestruturação global.

A expectativa, segundo especialistas ouvidos pela EXAME, é que a retomada do mercado venha a conta-gotas. As próprias montadoras estão trabalhando com uma estimativa de queda de 40% das vendas para este ano em meio à crise gerada pela pandemia. Após este período, a recuperação do mercado ainda é uma grande incógnita.

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