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Produção de veículos recua 21,1% em março por coronavírus

No mês, mais de 60 fábricas paralisaram as operações diante das medidas de isolamento para evitar a propagação da covid-19

Montadoras paralisaram a produção no combate ao novo coronavírus (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Montadoras paralisaram a produção no combate ao novo coronavírus (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 6 de abril de 2020 às 09h35.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 21h55.

A paralisação de mais de 60 fábricas de veículos, no país, levou a uma queda brutal da produção em março, em meio ao combate à covid-19. No período, o volume produzido de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus recuou 21,1% na comparação anual, para 190.000 unidades, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 06, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Este foi o pior resultado de produção da indústria brasileira, no mês de março, desde 2006, de acordo com a entidade.

No mês passado, as montadoras adotaram medidas como antecipação de férias coletivas e banco de horas para interromper a produção, diante das restrições no combate ao novo coronavírus.

De acordo com a Anfavea, no acumulado do primeiro trimestre, a produção recuou 16%, para 585.900 unidades.

Na rede de distribuição, o impacto da pandemia também foi significativo. Em março, as vendas caíram para o menor nível em 14 anos. A média diária de vendas, um importante indicador que mede o apetite do consumidor, recuou 86,5% na última semana de março em relação à primeira.

Exportações

A produção também foi impactada pela queda das exportações de veículos. Mas o desempenho ruim do comércio exterior das montadoras não é de hoje. Desde o ano passado, a crise econômica na Argentina, destino de mais de 70% dos embarques brasileiros no setor, já vinha pressionando os volumes produzidos por aqui.

No primeiro trimestre deste ano, as exportações de veículos da indústria brasileira apresentaram um declínio, em volumes, de 14,9%, para 89.000 unidades.

Diante da queda generalizada, os estoques da indústria atingiram um dos maiores níveis da história, de aproximadamente 48 dias. O ideal, segundo as montadoras, seria uma média de 30 dias.

A crise que o setor vem enfrentando acende um alerta importante, pois ele representa aproximadamente um quarto do produto interno bruto (PIB) industrial. Segundo a Anfavea, a indústria automotiva emprega, hoje, mais de 123.000 pessoas diretamente.

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