Negócios

Privatização da Eletrobras tem de ser aprovada neste semestre, diz Guardia

"Se estamos com problema de articulação no Congresso, cabe a gente identificar e melhorar", disse Eduardo Guardia, novo ministro da Fazenda

Eletrobras: originalmente, governo previa receita de 12,2 bilhões de reais em 2018 com a privatização da companhia, mas já bloqueou boa parte desses recursos (Reprodução/Google/VEJA)

Eletrobras: originalmente, governo previa receita de 12,2 bilhões de reais em 2018 com a privatização da companhia, mas já bloqueou boa parte desses recursos (Reprodução/Google/VEJA)

R

Reuters

Publicado em 11 de abril de 2018 às 16h59.

Brasília - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quarta-feira que o projeto de lei que abre caminho para a privatização da Eletrobras tem de ser aprovado no Congresso Nacional ainda neste semestre para que a operação possa ocorrer neste ano, destacando que o governo tem que acelerar a negociação com os parlamentares.

"Se estamos com problema de articulação no Congresso, cabe a gente identificar e melhorar", afirmou ele durante sua primeira coletiva de imprensa no cargo, acrescentando que o governo mantém a expectativa de que a venda da estatal se dará neste ano.

"A partir de agora, a gente precisa retomar o ritmo deste projeto que é extremamente importante", acrescentou.

Originalmente, o governo previa receita de 12,2 bilhões de reais em 2018 com a privatização da Eletrobras. Mas já bloqueou boa parte desses recursos no Orçamento, precavendo-se de eventual frustração com a operação.

Sobre o cenário fiscal para este ano, Guardia reiterou que a meta fiscal para 2018 será cumprida e destacou que, do lado das receitas, o leilão de exploração de petróleo realizado recentemente rendeu 8 bilhões de reais aos cofres públicos, ante estimativa de apenas 500 milhões de reais.

Com esse "ganho" de cerca 7,5 bilhões de reais, o governo não precisará fazer cortes no Orçamento por conta da derrubada do veto ao Refis de micro e pequenas empresas, acrescentou ele.

A proposta vetada foi aprovada em dezembro pelo Congresso e permitia que empresas de menor porte parcelassem as dívidas com o Simples Nacional em até 180 parcelas com desconto sobre juros e multas, uma cópia do Refis para grandes empresas.

A renúncia fiscal prevista, de acordo com a Receita Federal, seria próxima a 8 bilhões de reais em 10 anos. Segundo Guardia, esse impacto ainda está sendo calculado.

A exemplo do que já havia feito pela manhã durante discurso na cerimônia de transmissão de cargo, Guardia reiterou que o governo também vai se engajar em projetos para simplificação tributária, tendo como alvo mudanças para PIS/Cofins e ICMS. Ele não deu, contudo, prazo para o envio das propostas.

Guardia terá pela frente a tarefa de fazer avançar uma pauta econômica que depende fundamentalmente do aval dos parlamentares, num momento em que a atenção do Congresso já está quase inteiramente focada nas eleições deste ano.

Conhecido nos bastidores por dizer não sem cerimônia em negociações com políticos, ele argumentou que sua vida pública não começou hoje e que acumula experiência nesse campo.

Guardia anunciou ainda que a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, será a nova secretária-executiva da Fazenda. A substituição no comando do Tesouro será divulgada ao longo da semana, completou.

(Edição de Patrícia Duarte)

Acompanhe tudo sobre:Eduardo GuardiaEletrobrasEnergiaMinistério da FazendaPrivatização

Mais de Negócios

Escola bilíngue de excelência: a proposta da Start Anglo para formar os cidadãos do futuro

De novas fábricas a uma agência de desenvolvimento: os planos de Eduardo Leite para reerguer o RS

Empresas estão deixando de economizar até 70% em impostos, diz o advogado Eliézer Marins

21 franquias baratas que custam menos que um carro popular usado