A MMX procura um entendimento com autoridades de MG para conseguir a autorização para instalar a barragem de rejeitos, fundamental ao projeto (Ana Cecília Rezende/EXAME)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 18h49.
Rio de Janeiro - O principal projeto da MMX deve ser adiado em um ano, em meio à desaceleração nos investimentos da mineradora e às dificuldades de obtenção de licenciamento e crédito --problema que reflete uma crise de confiança enfrentada também por outras empresas do grupo EBX, de Eike Batista.
A expansão de Serra Azul, em Minas Gerais, prevista para o segundo semestre de 2014 --com estimativa de produção de 29 milhões de toneladas--, não será concluída no prazo, afirmou nesta terça-feira o diretor-presidente da MMX, Carlos Gonzalez, durante teleconferência com analistas e investidores para detalhar resultados da mineradora divulgados véspera.
"A revisão do plano de negócios vai trazer atraso... o prazo anteriormente comentado para o segundo semestre de 2014 não vai ocorrer. Estudamos a prorrogação deste prazo para provavelmente em torno de um ano...", afirmou.
A MMX procura um entendimento com autoridades de Minas Gerais, incluindo municípios afetados pelo projeto de expansão de Serra Azul, para conseguir a autorização para instalar a barragem de rejeitos, fundamental ao projeto.
Dificuldades
A empresa de mineração do grupo Eike enfrenta dificuldades para obtenção de financiamento, afirmou Gonzalez durante a teleconferência para detalhar resultados divulgados véspera.
"Há uma prioridade na preservação do caixa... é de conhecimento de todos que o grupo passa por dificuldade de crédito", afirmou o executivo, ao responder pergunta sobre o ritmo mais lento da MMX para execução de investimentos.
Em meio a prejuízos da MMX nos últimos trimestres e a uma crise de confiança de investidores em relação às empresas de Eike, a mineradora espera concluir até junho o processo de revisão de investimentos, disse o executivo.
Em meados de março, a empresa informou que estava revendo projetos com o objetivo de enxugar investimentos e otimizar recursos.
A empresa do Grupo EBX vai procurar melhorar o desempenho das operações de Corumbá (MS), direcionando sua produção de minério para o abastecimento local, com contratos de fornecimento para clientes da região. Ao evitar exportações do minério de Corumbá, a empresa espera enxugar custos de logística.
A MMX teve um prejuízo líquido de 55,2 milhões de reais no primeiro trimestre, ante lucro de 49,3 milhões de reais um ano antes, informou a empresa na véspera.