Mark Zuckerberg, da Meta, com óculos de realidade virtual: Pouco mais de 300.000 usuários estão no Horizon Worlds, o metaverso da Meta (Michael Nagle/Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 06h01.
O próximo ano promete uma mudança significativa o perfil de negócios de tecnologia considerados promissores e dignos de receber a atenção dos investidores. Promete, ainda, uma expansão considerável no mercado de apostas online no Brasil, um país ainda sem uma legislação concreta sobre o assunto.
Ambos os temas fizeram parte do especial 23 ideias para 2023, publicado na edição de dezembro da EXAME. Veja, a seguir, por que essas e outras três ideias vão permear o ambiente de negócios em 2023.
O ano de 2022 começou bastante promissor para o investimento em startups brasileiras. De lá para cá, a maré virou. A escalada de juros pelo mundo, numa tentativa dos bancos centrais de conter a inflação, encareceu o dinheiro e afugentou investidores de venture capital.
Os aportes e o valor de mercado das empresas de tecnologia ficaram menores; as exigências dos fundos, maiores. O mau humor ganhou até nome: “inverno das startups”. Em 2023, as coisas devem seguir andando de lado.
A inflação persistente nos Estados Unidos deve forçar o Fed a manter o maior aperto monetário em 30 anos, com juros ao redor de 4%. As startups promissoras seguirão no radar dos investidores em 2023. O que é considerado promissor, contudo, mudou. Agora os olhos estão sobre as startups capazes de fazer caixa.
Em julho, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) facilitou as regras para o equity crowdfunding, espécie de vaquinha destinada a investimentos em empresas. A medida triplicou o limite desse tipo de rodada para 15 milhões de reais.
Empresas com receita bruta de até 40 milhões de reais podem participar desses aportes, antes restritos a microempreendimentos. É um avanço grande para um negócio que cresceu 22 vezes nos últimos seis anos.
No terceiro trimestre, o faturamento das redes de franquias brasileiras bateu os 56 bilhões de reais, alta de 18,7% sobre o período anterior. Uma expansão nesse ritmo não era vista desde 2014, pouco antes de o Brasil mergulhar na crise econômica causada pela desconfiança com as políticas fiscais do governo Dilma Rousseff.
A julgar pelo clima de oba-oba de agora, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) projeta um faturamento recorde de 207 bilhões de reais neste ano — e algo bem acima disso em 2023.
O mercado de apostas esportivas é uma indústria de 6,3 bilhões de reais e já atraiu gente famosa como garotos-propaganda ou sócios de negócios desse setor. Na lista estão os jogadores:
No mundo, esse é um negócio com receita anual de 91 bilhões de dólares. O crescimento experimentado no Brasil é resultado de um decreto do governo de Michel Temer, em 2018, já no fim do mandato. A iniciativa liberou a exploração comercial da atividade e o emprego de estratégias de comunicação e publicidade para a promoção dos sites.
Com o decreto de Temer, caberia ao Ministério da Fazenda (na gestão atual, o Ministério da Economia) fazer a regulamentação do setor no período de dois anos, prorrogável por outros dois, e encerrar a querela. O prazo se encerrou em 12 de dezembro último e não houve uma definição.
Procurado, o ministério informou que o tema “ainda está em estudo”. O próximo governo já defendeu o afrouxamento das regras.
O ano de 2023 pode definir o futuro do metaverso. A ideia de uma realidade virtual, com uma experiência de interação muito próxima à da vida real, virou frenesi depois de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, anunciar a mudança de nome da companhia para Meta em outubro de 2021, na esteira de bilhões de dólares investidos na tecnologia. Até agora, o buzz rendeu poucos negócios. Alguns indícios:
No longo prazo, porém, o otimismo com o metaverso segue firme. Em 2030, 5 bilhões de pessoas estarão por ali, segundo projeção do Citibank. Bill Gates prevê milhões de reuniões de trabalho no ambiente virtual já a partir de 2023. Por via das dúvidas, negócios da economia real vêm apostando no metaverso.
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