Guilherme Campos: o presidente dos Correios enalteceu o enxugamento fiscal feito pela sua gestão (Câmara dos Deputados/Lucio Bernardo Junior/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de junho de 2017 às 17h36.
Brasília - O presidente dos Correios, Guilherme Campos, negou nesta terça-feira, 6, a possibilidade de a empresa pública ser privatizada.
Em audiência no Senado, convocada para discutir a situação financeira dos Correios, Campos rejeitou qualquer chance de o governo peemedebista colocar a empresa à venda.
"Nem o presidente Michel Temer, nem o ministro Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, acham que é viável a privatização. Tem que dar tudo errado para que a solução dos Correios seja a privatização", disse Campos.
"Esse trabalho está presente nos 5 mil municípios do país, essa singularidade torna muito difícil uma possível privatização. Pelo cenário atual, duvido que aparecesse algum interessado."
A declaração de Campos tem relação com a situação fiscal dos Correios.
De acordo com o presidente, o plano de saúde é a principal causa do rombo da empresa pública que, em 2016, deve registrar prejuízo de R$ 2 bilhões.
O balanço ainda não foi publicado.
Campos enalteceu o enxugamento fiscal feito pela sua gestão, que inclui a eliminação de mais de 400 posições de gerência.
No último mês de maio, a direção dos Correios abriu o terceiro Plano de Demissão Voluntária (PDV) para seus funcionários somente em 2017.
A direção estima que haja 17 mil funcionários que se encaixem no perfil do programa: empregados com mais de 55 anos ou mais de 15 anos de tempo de serviço.
Até agora, os três PDVs conseguiram a demissão de cerca de 7 mil funcionários. As adesões se encerram nesta terça-feira, 6.
Segundo Guilherme Campos, o resultado vai reduzir o custo da empresa pública em R$ 65 milhões mensais, ou R$ 780 milhões por ano.
No último mês de maio, Campos falou que o plano de recuperação da companhia tinha como objetivo evitar sua privatização.
Na ocasião, ele afirmou que a venda dos Correios só seria realizada se as ações não fossem suficientes para socorrer a empresa.
Campos admitiu nesta terça, no entanto, que a direção não descarta aindaa possibilidade de demissões motivadas.
"Isso não é segredo, não faz parte de um plano maligno. Estamos consertando o carro enquanto ele está andando", afirmou.