Sede da Volkswagen: em setembro, a companhia contratou a empresa para conduzir uma profunda investigação independente sobre as fraudes nos testes de emissões (Odd Andersen/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2016 às 12h53.
Berlim - O presidente do Conselho da Volkswagen, Hans Dieter Pötsch, concordou com um corte acentuado dos bônus a que tem direito pelo tempo em que foi diretor financeiro da montadora, abrindo caminho para um acordo mais amplo para que os principais executivos da companhia façam o mesmo à luz da reação aos escândalos de fraudes em emissões.
A montadora alemã disse nesta quarta-feira que o acordo pode ser aprovado em uma reunião do Conselho de Administração em 22 de abril, quando os diretores também vão discutir um relatório sobre o escândalo de emissões preparado pelo escritório de advocacia norte-americano Jones Day.
Em setembro, a companhia contratou a empresa para conduzir uma profunda investigação independente sobre as fraudes nos testes de emissões.
O acordo para cortar os bônus de gestão vem após dias de discussões entre a alta administração da empresa, os acionistas principais e representantes dos trabalhadores.
O estado alemão da Baixa Saxônia, que detém 20% do capital votante da compania, e o sindicato IG Metall pressionaram os membros do conselho a aceitarem o corte dos bônus.
"Eu recebo muito bem este passo dado por Pötsch", disse Stephan Weil, premiê da Baixa Saxônia, que estava conduzindo a pressão para cortar os bônus.
Weil também afirmou que os diretores da Volkswagen seriam informado em detalhes sobre a investigação do Jones Day na próxima reunião do conselho. Não está claro quanto do relatório será tornado público.
A notícia vem no momento em que a Volkswagen está envolvida em processos judiciais nos EUA e na Alemanha, que variam de uma investigação criminal sobre alegações de fraude, uma grande ação civil com mais de 500 autores em San Francisco e uma investigação da Comissão Federal de Comércio sobre uma suposta fraude publicitária.
A empresa enfrenta possíveis multas e compensações que podem totalizar dezenas de bilhões de dólares, embora alguns especialistas acreditam que os custos serão muito menores.