CEO do conglomerado industrial ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, e CFO, Guido Kerkhoff, conversam durante coletiva de imprensa em sua Essen, Alemanha (Ina Fassbender/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 09h39.
Essen - O presidente-executivo da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, prometeu resolver os problemas do maior grupo siderúrgico da Alemanha depois que recentes prejuízos e acusações de corrupção o fizeram cortar metade de sua equipe de administração.
"É óbvio que algo deu muito errado no passado", disse o executivo a jornalistas nesta terça-feira, um dia depois que o grupo divulgou prejuízo anual de 4,7 bilhões de euros (6,08 bilhões de dólares). A ThyssenKrupp também decidiu não pagar a acionistas dividendo pela primeira vez na história da companhia.
O prejuízo foi causado principalmente por uma baixa contábil de 3,6 bilhões de euros em suas usinas nos Estados Unidos e no Brasil, onde está instalada a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que a ThyssenKrupp está tentando vender.
O valor das usinas, que formam a divisão Steel Americas, é agora de 3,9 bilhões de euros, bem abaixo dos 12 bilhões de euros investidos pelo grupo alemão nas unidades.
O objetivo da divisão era reforçar a presença da ThyssenKrupp nas Américas, mas os custos das usinas estouraram orçamento enquanto a demanda por aço caiu.
A ThyssenKrupp informou que a administração da empresa na época baseou suas decisões em projeções excessivamente otimistas e que demorou muito tempo para informar o conselho de supervisão dos problemas no projeto, que acabaram forçando a saída do antecessor de Hiesinger, Ekkehard Schulz.
"Se continuarmos com o negócio, estaremos cometendo um grande erro", disse Hiesinger, acrescentando que o "desastre" da Steel Americas mostrou que a cultura de liderança da ThyssenKrupp fracassou.