Aviões da Ryanair parados em Dublin: empresa fez 600 voos em abril (Jason Cairnduff/Reuters)
Karin Salomão
Publicado em 12 de maio de 2020 às 17h55.
Última atualização em 12 de maio de 2020 às 20h41.
Para o presidente da companhia aérea de baixo custo Ryanair, Michael O'Leary, os voos e as viagens devem voltar em breve. Apostando em um retorno do turismo, a companhia prevê voltar a operar mais de 1.000 voos por dia a partir de julho.
Com sede na Irlanda, a Ryanair irá tornar máscaras e medição de temperatura obrigatórios para passageiros e tripulantes e irá remover pagamentos em dinheiro dentro das aeronaves para compra de petiscos. Para evitar filas nos corredores das aeronaves, os passageiros precisarão pedir permissão aos comissários para usar o banheiro.
Apesar dessas precauções, o presidente da companhia, tem sido crítico a certas medidas de isolamento. A crítica mais recente é em relação às novas regras de movimentação no Reino Unido. Passageiros que chegam ao país devem ficar 14 dias isolados na acomodação ou em casa ao chegar à região.
"É uma medida não implementável e impraticável, então eu acredito que as pessoas vão, em sua maioria, ignorá-la, o que não é bom", disse O'Leary em entrevista à emissora BBC.
De acordo com ele, essa medida não irá impedir que famílias inglesas viajem para o sul durante férias de verão, para países como Espanha ou Portugal. "As pessoas estão confinadas desde o meio de março. As pessoas estão realmente ansiosas para sair e, eu acho, ir para o exterior, para o sol", disse ele.
A companhia aérea anunciou hoje que pretende retomar 40% de sua agenda normal de voos a partir do dia 1° de julho, decisão sujeita às flexibilizações de viagens entre os países da União Europeia e às medidas de segurança e saúde dos aeroportos.
Com a retomada das viagens, a empresa deverá operar quase 1.000 voos por dia e restaurar 90% de sua malha aérea — por enquanto, a empresa está operando apenas 30 voos diários.
O presidente também criticou as determinações do governo para que as companhias aéreas deixassem o assento do meio livre para diminuir o risco de transmissão. Ele afirmou, em abril, que, se essa decisão fosse tomada pelo governo da Irlanda, a companhia aérea exigiria indenização pelos assentos vazios.
Na ocasião, ele detalhou planos para voltar a voar entre países europeus em julho com até 80% dos voos, mas que esses planos poderiam ser repensados se houvesse "alguma medida de distanciamento social inteiramente ineficiente", segundo a visão do executivo. "Se os assentos do meio estiverem vazios, não vamos voltar a voar", disse em entrevista ao Financial Times.