Enterro de vítimas do voo MH17: antes mesmo dos acidentes, a companhia já sofria com redução de clientes, a concorrência com outras companhias aéreas e o preço do combustível (Reuters/Olivia Harris)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2014 às 06h41.
Bangcoc - A companhia aérea Malaysia Airlines quase dobrou as perdas no segundo trimestre após as tragédias com os voos MH370 e MH17 e advertiu em comunicado que a situação piorará até o fim do ano, publicou nesta quinta-feira a imprensa local.
Em comunicado apresentado na Bolsa de Kuala Lumpur, a companhia informou que suas perdas chegaram aos 307 milhões de ringgit (R$ 219,228 milhões), frente aos 176 milhões do mesmo período de 2013.
É o sexto trimestre desde 2012 que números vermelhos tingem os resultados da companhia, que arrasta problemas financeiros desde antes dos acidentes de março e julho deste ano.
A receita caiu no segundo trimestre 5,05% para 3,78 bilhões de ringgits (R$ 2,7 bilhões), principalmente devido a redução de clientes, a concorrência com outras companhias aéreas e o preço do combustível, segundo o jornal "The Star".
"O impacto total das duas tragédias do MH370 e MH17 baterão na segunda metade do ano, onde vimos uma baixa semanal de 33% nas reservas, imediatamente depois do incidente do MH17", indicou a companhia aérea no comunicado.
O fator de carga no segundo trimestre desceu 6,7% ante os 73,7%, comparado com o 80,4% do mesmo período de 2013. Entre abril e junho, 4,2 milhões de passageiros voaram pela Malaysia Airlines.
Em 8 de março, o Boeing 777 do voo MH370 da companhia aérea desapareceu no oceano Pacífico com 239 pessoas a bordo após sair de sua rota entre Kuala Lumpur e Pequim por causas desconhecidas.
Quatro meses depois, em 17 de julho, outro Boeing 777 do voo MH17 da Malaysia Airlines foi derrubado com 298 pessoas a bordo quando sobrevoava uma área de conflito entre governo e rebeldes no leste da Ucrânia.
Khazanah Nasional, a empresa investidora estatal da Malásia, dona de 70% das ações da companhia aérea anunciou em 8 de agosto planos de privatização para conter as perdas.
O plano de reestruturação pode incluir a demissão de 20 mil funcionários e o cancelamento de rotas de voo para a China e para a Europa.