Os funcionários do grupo Eletrobras reivindicam um reajuste salarial de 11,18%. A Eletrobras, no entanto, mantém a oferta de aumento de 6,49%, conforme a variação do IPCA (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2013 às 15h48.
Brasília - O fornecimento de energia seguirá sem problemas, mas aumentará o risco do setor com uma possível greve dos trabalhadores da Eletrobras (ELET3), a partir do próximo dia 15.
O alerta é do diretor da Associação de Empregados da Eletrobras (Aeel), Manuel Mendes Torres, destacando que, caso a paralisação ocorra, as áreas operacionais de usinas serão afetadas.
"Se as assembleias determinarem a greve, não vamos deixar haver mudança de turno nas usinas no dia 15. Isso significa que quem estiver trabalhando terá que ficar mais horas em seu posto. Isso não afeta o fornecimento de energia, mas, se houver algum incidente no sistema, a resposta com certeza será mais lenta", afirmou Torres nesta sexta-feira, 05, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Os funcionários do grupo Eletrobras reivindicam um reajuste salarial de 11,18%, que soma o índice de 6,88% elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e outros 4,3% correspondentes à expansão do consumo de energia nas residências. A Eletrobras, no entanto, mantém a oferta de aumento de 6,49%, conforme a variação do IPCA.
"Além disso, temos diversas outras reivindicações, que chegam a mais de 50 cláusulas. Entregamos a nossa pauta à empresa em abril, mas não recebemos contraproposta nas duas reuniões que tivemos até agora", acrescentou Torres.
Por isso, as assembleias regionais de trabalhadores do grupo Eletrobras, marcadas para segunda e terça, dias 8 e 9, podem determinar uma paralisação de 72 horas ou mesmo uma greve por tempo indeterminado. "A companhia alega que precisa saber o resultado do plano de demissões voluntárias para fazer uma nova oferta, mas não podemos esperar até o fim do ano para termos uma posição", declarou o diretor da Aeel.
A Eletrobras foi a mais afetada pelo plano de barateamento das contas de luz, lançado pelo governo em setembro do ano passado. Além de receber uma indenização abaixo do esperado pela renovação antecipada das concessões de geração e transmissão, a companhia viu suas receitas caírem drasticamente. Por isso, o plano de reestruturação do grupo pretende reduzir em 30% as despesas até 2015.
Além do corte de gastos com publicidades e patrocínios e a possível saída do controle de algumas empresas de distribuição de eletricidade, a Eletrobras lançou um plano de desligamento voluntário com o objetivo de cortar 5 mil vagas. "Mas existe uma série de cargos de altos salários por indicação política que não estão sendo cortados. A Eletrobras tem condições, sim, de garantir o reajuste adequado aos trabalhadores", reclamou Torres.