Negócios

Positivo confirma oferta da Lenovo, mas descarta acordo

Chineses ofereceram 18 reais por ação da fabricante brasileira de computadores, que descartou a proposta

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 18h59.

A Positivo Informática confirmou, nesta quarta-feira (17/12), que recebeu uma proposta da chinesa Lenovo para comprar o seu controle por 18 reais por ação. Em fato relevante, a Positivo afirmou que a oferta "não era interessante no longo prazo, e não há qualquer expectativa de negociação com a Lenovo para a alteração dos termos da oferta". A possível venda da Positivo a gigantes do setor foi antecipada por EXAME em 30 de outubro. Integrante do Novo Mercado da Bovespa, a Positivo possui 87,8 milhões de ações ordinárias emitidas. Isso significa que os chineses avaliaram a empresa em 1,580 bilhão de reais, pelo preço ofertado por ação.

O valor proposto pela Lenovo representava um prêmio 125% sobre os 8 reais com que as ações ordinárias da Positivo (POSI3) fecharam o pregão desta quarta. Durante o dia, o The Wall Street Journal noticiou que a companhia chinesa havia desistido do negócio. Os papéis da brasileira encerraram as negociações com uma queda de 27,53%.

Os cinco maiores acionistas individuais da Positivo - Oriovisto Guimarães, Samuel Lago, Ruben Formighieri, Cixares Vargas, e Helio Rotenberg - detêm 69,66% dos 87,8 milhões de ações ordinárias emitidas pela empresa. Se os chineses adquirissem apenas essa parcela, teriam de desembolsar 1,1 bilhão de reais, baseando-se no preço ofertado por ação. A Positivo mantém cerca de 28% das ações em circulação.

Cenário atrapalha

No fato relevante, a Positivo afirma ainda que "os acionistas controladores e a Lenovo concluíram que não é possível implementar qualquer operação dado o atual contexto econômico." A brasileira, no entanto, declarou que continuará analisando propostas, sempre que julgar conveniente. Além da Lenovo, a americana Dell também estaria interessada em adquiri-la.

Maior fabricante brasileira de computadores, a Positivo era vista como um negócio capaz de completar a atuação da Lenovo. A chinesa ganhou as manchetes ao comprar a unidade de computadores da IBM, em 2005. O acordo aumentou sua presença no mercado corporativo. Por isso, a Positivo poderia reforçar sua atuação no segmento de varejo.

Um desafio para qualquer interessado na aquisição da Positivo é o seu estatuto, que estabelece condições draconianas para a troca de controle. Conhecida como "pílula de veneno", uma cláusula determina que aquele que adquirir mais de 10% do capital da empresa é obrigado, automaticamente, a fazer uma oferta pública a todos os acionistas pelo maior valor das ações dos últimos 24 meses. Nas últimas semanas, os advogados da Positivo estariam debruçados sobre o problema, que poderia inviabilizar qualquer oferta. Uma alternativa seria fechar o capital da empresa para, depois, vendê-la.

A possibilidade de troca de comando animou os investidores. Os papéis da Positivo dispararam desde que os rumores surgiram. Em 30 de outubro, quando EXAME antecipou as negociações, as ações fecharam cotadas em 5,20 reais. Nesta terça-feira (16/12), quando o mercado ainda acreditava no acordo, os papéis encerraram em 11,04 reais - uma alta de 112% no período.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaFusões e AquisiçõesLenovoPositivoSetor de educaçãoTecnologia da informação

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'