Negócios

Positivo conclui compra de unidade do Grupo Algar por R$ 234 milhões e mira avançar em serviços

A movimentação é mais um passo da conhecida fabricante brasileira de computadores em direção à diversificação dos negócios

Rodrigo Guercio, da Positivo: com as duas empresas combinadas, nós passamos a ter acesso a praticamente todo o mercado dos serviços (Positivo/Divulgação)

Rodrigo Guercio, da Positivo: com as duas empresas combinadas, nós passamos a ter acesso a praticamente todo o mercado dos serviços (Positivo/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 3 de junho de 2024 às 08h58.

Última atualização em 3 de junho de 2024 às 10h59.

A Positivo anuncia nesta segunda, 3, a conclusão da aquisição da Algar Tech MSP, unidade de serviços do Grupo Algar, uma transação com valor estimado em R$ 235 milhões. A intenção de compra foi comunicada ao mercado em meados de março e a concretização do acordo dependia do aval dos órgãos regulatórios no Brasil e países da América Latina, onde mantêm operação.

A movimentação é mais um passo da conhecida fabricante brasileira de computadores em direção à diversificação dos negócios, seguindo uma diretriz estabelecida desde 2018. Com a negociação, a área de serviços tem o potencial de representar cerca de 18% do faturamento da Positivo, quando se considera a integração das receitas das duas empresas.

Atualmente, a divisão responde por cerca de 8%, após um esforço orgânico em que saiu de uma participação minguada de 2% anos atrás. No ano passado, a Positivo registrou uma receita bruta de R$ 4,7 bilhões.

“Como qualquer empresa de hardware, a Positivo opera financeiramente mais alavancada. Quando nós percebemos que a operação de serviços é geradora de caixa, nos reunimos e pensamos em como acelerar a captura de valor dessa área. É neste contexto que a estratégia de fusão e aquisição é pensada”, afirma Rodrigo Guercio, vice-presidente de Mercado Corporativo e Grandes Contas da Positivo Tecnologia.

Segundo ele, até bater o martelo, a empresa analisou vários negócios por um ano e meio. A Algar apareceu como a mais alinhada em termos de composição de mix de serviços e pela baixa sobreposição de clientes. “Com as duas empresas combinadas, nós passamos a ter acesso a praticamente todo o mercado dos serviços, estimado em US$ 45 bilhões. Antes, tínhamos apenas US$ 10 bilhões”, diz Guercio.

O Grupo Algar tem mais de 160 companhias no portfólio, entre Brasil e outros 16 países na América Latina, como México, Colômbia e Argentina, onde mantém escritórios. Para eles, oferece serviços de gestão como workplace digital, infraestrutura de TI, soluções em nuvem e cibersegurança em mercados de bens de consumo, instituições financeiras, seguradoras, tecnologia e  instituições públicas.

Qual é a próxima fase

Passada a etapa de aprovação pelos órgãos regulatórios, a Algar Tech MSP continuará atuando de forma independente. Segundo Guercio, até pelo tamanho da operação, muito similar ao da Positivo com time de mais 4,5 mil profissionais, a estratégia adotada é fazer uma acomodação com calma.

“Nós estamos tomando muito cuidado com o brinquedo novo e aprendendo a lidar com ele para não destruirmos o valor daquilo que estamos adquirindo”, diz. “Vai ter o momento certo da venda cruzada e do up-sell acontecerem".

Apesar disso, a Positivo pretende vender cada vez mais a ideia de ser um provedor para toda a jornada do cliente, dos equipamentos e softwares aos serviços de gestão, principalmente com foco no corporativo. De acordo com o último balanço trimestral, o consumidor doméstico, aquele que adquire tablets, smartphones e notebooks da marca, responde por apenas 23% do negócio.

Essa é uma mudança também impulsionada ao longo dos últimos anos, dada a forte presença da marca junto aos consumidores finais no passado. Além da unidade de serviços, a empresa tem empregado esforços em soluções de pagamentos, software como serviço e data centers. Juntas, essas divisões corporativas tiveram uma participação de 56% no resultado do primeiro trimestre.

Acompanhe tudo sobre:PositivoTecnologiaNotebooks

Mais de Negócios

Esta empresa de saúde de SC capta R$ 5,7 milhões para tratar aneurismas com nova tecnologia

China Investe US$ 11 bi para estimular demanda interna com troca de bens em 2025

De olho na Faria Lima, este russo criou um Uber de luxo com carros blindados

Por que Sam Altman está perdendo dinheiro com o ChatGPT?