Porto Sudeste da MMX: mineradora sentiu nas contas a incorporação do PortX (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2012 às 19h48.
São Paulo – Quando desembolsou 6,343 bilhões de reais, em maio, para comprar a operação do PortX, a mineradora de Eike Batista, MMX sabia que suas contas sofreriam. Se no segundo trimestre a empresa saiu ilesa do impacto nas finanças, a conta foi cobrada neste trimestre em que a MMX teve prejuízo de 243 milhões de reais. O tombo, no entanto, foi minimizado pelo presidente da empresa, Guilherme Escalhão, que foi só elogios ao desempenho da empresa no período.
“Tivemos um desempenho bastante estável. É o segundo trimestre de recorde de vendas seguido”, disse ele, em teleconferência com analistas, sobre a empresa que viu sua dívida saltar 117%, aos 553,3 milhões de reais em comparação com o trimestre anterior. “Foi o primeiro inteiro trimestre que contabilizamos os custos do PortX”, explica. Além disso, Escalhão diz que a empresa teve apenas um navio exportado, enquanto no ano passado tiveram dois. “Então a combinação de vendas domesticas no período foi pior. Mas vale lembrar que as exportações de Corumbá foram bem.”
Segundo a empresa, a produção siderúrgica mundial recuou no terceiro trimestre de 2011 refletindo os efeitos da crise internacional de crédito que atinge principalmente a Europa e afeta negativamente o consumo mundial de bens intensivos em aço. No entanto, a MMX afirma que a China permanece com estimativa de produção siderúrgica de 700 milhões de toneladas para este ano e, como consequência, o mercado continuou com forte demanda por minério de ferro.
Investimentos – O prejuízo, no entanto, foi insuficiente para abalar o otimismo da MMX. A empresa aumentou o valor de investimentos no Superporto Sudeste, controlado pelo PortX, em 600 milhões de reais – 200 milhões para novos equipamentos e os outros 400 milhões para ajustes técnicos que serão feitos após análises geológicas. O total passa de 1,8 bilhão de reais para 2,4 bilhões de reais.
Outro investimento que se mantém é no projeto de Serro Azul. Guido Germani, diretor financeiro da MMX, afirmou que receberá cartas de intenção de investimentos de instituições financeiras da China e da Coreia. A mineradora mantém conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obter mais linhas de crédito para o projeto, que prevê a expansão para 100 milhões de toneladas de minério por ano.
A MMX finalizou também a perfuração para construção de um túnel que possibilitará a expansão que, segundo Escalhão, presidente da empresa, trará mais valor à companhia. O que também motiva o empresário é o fato de que a MMX conseguiu a licença ambiental dentro do prazo e agora espera o sinal verde para iniciar a construção. “Pretendemos operar em janeiro de 2014.”