Ciclista passa por uma agência do Banco Espírito Santo de Lisboa, Portugal (Mario Proenca/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2014 às 20h58.
Lisboa - O Banco Espírito Santo (BES) pode ser processado por um empréstimo que a holding de uma de suas famílias fundadoras falhou em repagar para a <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/portugal-telecom">Portugal Telecom</a></strong>, disseram fontes nesta quinta-feira, enquanto agências de classificação de risco rebaixaram o banco e seu investidor chave.</p>
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse que os problemas enfrentados pelo BES, maior banco listado em bolsa de Portugal, e a família Espírito Santo, não colocam em perigo iminente o sistema financeiro do país e reiterou que o governo não planejava usar fundos públicos para ajudar o banco.
Mas outros riscos assomavam o BES depois que a empresa da família Rioforte falhou em repagar 847 milhões de euros (1,15 bilhões de dólares) em dívida para a Portugal Telecom, o que forçou a empresa de telecomunicações a reduzir sua fatia na fusão com a Oi.
Um porta-voz do BES pontuou que o comunicado do banco de 10 de julho, no qual dizia que clientes institucionais "são considerados investidores qualificados, de acordo com critérios legais aplicáveis, com mais capacidade para acessar risco".
A Portugal Telecom se recusou a comentar. A companhia também enfrenta um possível processo de vários acionistas minoritários, segundo o jornal Diário Económico.
O jornal cita Octavio Viana, chefe da associação ATM, que teria dito que eles buscam uma ação legal contra o Conselho da PT sobre o investimento na Rioforte, que reduziu sua fatia na companhia após a fusão.
Um processo contra o BES poderia abrir a porta para outras companhias e investidores para processá-lo por vendar dívidas lançadas por companhias de famílias que não são vistas como seguras.
As agências de classificação de risco alertaram para um potencial impacto na solvência do BES por problemas financeiros da família Espírito Santo.