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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Lisboa - O Governo português disse hoje que, enquanto não for alterada a proposta da Telefónica para comprar a participação da Portugal Telecom (PT) na operadora brasileira Vivo, mantém seu veto sobre a operação.
Com relação à oferta espanhola de 7,150 bilhões de euros por 30% da Vivo, o ministro luso da Presidência, Pedro Silva Pereira, declarou hoje aos jornalistas, após o conselho de ministros, que "a posição do Governo é conhecida: sem uma nova proposta, o veto está mantido".
O ministro assegurou que os diretores da PT, que se reúnem hoje, quando termina o prazo da oferta da Telefónica, cumprirão sua obrigação de zelar pelos "interesses" dos acionistas. Um deles é o Estado luso que, com sua ação de ouro, vetou a venda da Vivo aprovada em uma assembleia geral.
Pereira especificou que este assunto não foi abordado no conselho de ministros de hoje e considerou que "o melhor que se pode fazer é aguardar o desenvolvimento do processo".
Em alusão a um comunicado emitido há duas semanas pela empresa espanhola, o ministro lembrou que a Telefónica "manifestou sua vontade de negociar com a PT".
O conselho de administração da Portugal Telecom se reuniu na quinta-feira sem fazer comentários sobre a oferta da Telefónica, que é considerado o tema principal na sessão que volta a realizar hoje.
Até agora, nenhuma das operadoras informou que tenha havido algum progresso nas conversas sobre a Vivo.
O prazo da última das três ofertas feitas pela Telefónica para controlar totalmente a operadora brasileira acaba hoje e os diretores da empresa espanhola asseguraram que não a prorrogarão, nem aumentarão.
Segundo analistas e a imprensa lusa, as duas empresas não encontram uma fórmula de consenso que permita fechar a operação com o sinal verde do Governo socialista português. O Executivo luso controla as principais decisões da empresa com a ação de ouro.
Com ela vetou, na assembleia de acionistas de duas semanas atrás, a venda da Vivo, que foi aprovada por 73,9% dos votos emitidos.
Após o "não" governamental à operação, a Telefónica ampliou o prazo de vigência de sua oferta.
O Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) considerou na semana passada "ilegal" a ação de ouro estatal na companhia portuguesa. Porém, o Executivo luso não deu marcha à ré e anunciou que buscará uma forma de harmonizar a legislação lusa com a europeia.