São Paulo – O Itaú Unibanco está bem mais cauteloso na liberação de crédito para veículos. Isso porque, o banco está provando agora o gosto amargo de não ter impostos algumas regras no passado que restringissem a aprovação desse tipo de financiamento.

No segundo trimestre do ano, o índice de inadimplência do banco para pessoa física cresceu 1,5 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. Boa parte desse aumento está diretamente ligada ao atraso das parcelas de empréstimos automotivos há mais de 90 dias.

Segundo Rogério Calderón, diretor corporativo de controladoria e de relações com investidores do banco, os financiamentos feitos pelo Itaú entre o fim 2010 e início de 2011 eram liberados com entradas muito baixas e prazos muito extensos.

“Hoje, colocamos algumas regras e restringimos a aprovação desse tipo de financiamento”, afirmou o executivo, em teleconferência com a imprensa, nesta terça-feira. Tais medidas, no entanto, ao mesmo tempo em que evitam que o banco tenha calotes futuros, prejudicam as perspectivas de crescimento da carteira total de crédito do Itaú para o ano.

Reduções

Para 2012, o Itaú já reduziu de 14% a 17% para 13% a 15% a estimativa de crescimento de sua carteira de crédito total. “Isso excluindo a carteira de financiamento para veículos. Se incluirmos o financiamento de automóveis, devemos expandir nossa carteira em 10% neste ano”, disse Carderón.

No segundo trimestre do ano, a carteira de crédito de veículos do Itaú caiu quase 6%na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 56,5 bilhões de reais. “A estimativa é que ela caia ainda mais no ano e encerre o quarto trimestre de 2012 entre 50 e 52 bilhões de reais”, afirmou o executivo.

A carteira total de financiamento do Itaú cresceu no segundo trimestre 14,8% em relação ao mesmo trimestre de 2011, alcançando a cifra de 413 bilhões de reais. A maior alta está na carteira de crédito imobiliário, que evoluiu mais de 43%, atingindo o montante de 15,7 bilhões de reais, no período.

Resultados

O Itaú Unibanco reportou lucro líquido no segundo trimestre de 3,3 bilhões de reais, 8,3% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior.  No semestre, os ganhos do banco somaram 7,1 bilhões de reais, 5,6% a menos que o acumulado pelo banco no primeiro semestre de 2011.

O banco registrou margem financeira de 13,4 bilhões de reais de abril a junho. Já as receitas com prestação de serviços e tarifas somaram 5 bilhões de reais, crescimento de 8,7% na comparação com o mesmo período do ano passado.