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Por que o Itaú está mais conservador e não liga para isso

Medidas mais cautelosas adotadas por banco impactaram lucro no terceiro trimestre – que foi quase 5% menor na comparação com o mesmo período do ano passado

Interior da agência do Banco Itaú, na Avenida Faria Lima.  (Alexandre Battibugli/EXAME/Site Exame)

Interior da agência do Banco Itaú, na Avenida Faria Lima. (Alexandre Battibugli/EXAME/Site Exame)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 12h35.

São Paulo – O lucro do Itaú Unibanco no terceiro trimestre do ano foi de 3,4 bilhões de reais, quase 5% menor na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas, para o banco, a queda tem, sim, uma explicação plausível e faz todo o sentido com as estratégias adotadas recentemente pela instituição financeira.

Segundo Rogério Calderón, diretor corporativo de controladoria e relações com investidores do Itaú, o banco vem tendo uma postura mais conservadora com relação a alguns produtos oferecidos aos clientes. “Estamos, por exemplo, focando em algumas linhas de crédito, que apesar de terem margens menores, nos oferecem menos riscos, como financiamento imobiliário, crédito consignado e para grandes empresas”, afirmou o executivo, em teleconferência com a imprensa, nesta terça-feira.

Financiamento de veículos é um segmento que vem diminuindo dentro da carteira total de crédito do Itaú. Isso porque, é uma linha que oferece maior risco de inadimplência. “Continuamos a fazer financiamento de carro, mas financiamos aquilo que nos interessa no segmento. Descartamos empréstimos com prazos muito longos para pagamento e com uma entrada muito baixa”, disse Calderón.

Neste ano, a carteira de crédito do Itaú deve crescer entre 9% e 10% na comparação com o  ano anterior. O montante é menor que estimado pelo banco, que previa crescimento entre 13% e 15%. “Excluindo, no entanto, a linha de crédito para veículo, será possível atingir a meta estipulada”, disse Calderón.

O Itaú encerrou o terceiro trimestre com carteira de crédito de 437,6 bilhões de reais, 1% maior na comparação com o segundo trimestre do ano e 10% maior em relação ao mesmo período do ano passado. O maior crescimento registrado foi no segmento de financiamento imobiliário, que evoluiu mais de 30% ante mesmo período de 2011. 

Inadimplência

O índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias do Itaú encerrou o trimestre em 5,1%. O patamar é menor em relação ao trimestre anterior, mas 0,4 ponto percentual maior em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com Calderón, a inadimplência foi outra razão que afetou o desempenho do banco no terceiro trimestre.

“Com o mix de produtos mais conservador que estamos adotando, esperamos que daqui para frente nosso índice de inadimplência diminua. Já devemos encerrar o ano no mesmo patamar que começamos, ou seja, em 4,9%. Com a inadimplência menor, nossos gastos também serão menores”, disse o executivo.

Nos nove primeiros meses do ano, o lucro do Itaú totalizou 10,5 bilhões de reais, queda de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar de menor, o lucro do banco, no acumulado de janeiro a setembro, é o segundo maior da história dos bancos brasileiros para o período, com base em levantamento da consultoria Economática.

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