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Por que ninguém espera um resultado espetacular para a Petrobras

Balanço do primeiro trimestre será divulgado nesta terça-feira, e os números devem ser menores que os do mesmo período do ano passado

Plataforma da Petrobras: companhia divulga resultado financeiro nesta terça-feira (Bruno Veiga/Divulgação)

Plataforma da Petrobras: companhia divulga resultado financeiro nesta terça-feira (Bruno Veiga/Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 15 de maio de 2012 às 11h24.

São Paulo – Os números que a Petrobras deve divulgar na noite desta terça-feira, referentes ao primeiro trimestre, não devem ser uma maravilha, na avaliação de analistas do setor consultados por EXAME.com. No geral, o que se espera é uma melhoria sobre o último trimestre do ano, mas piores na comparação com o mesmo período de 2011.

Segundo Lucas Brendler, da Geração Futuro, os ganhos da companhia no período devem atingir 7,9 bilhões de reais, alta de cerca de 30% na comparação com o último trimestre do ano passado, mas com queda na mesma proporção em relação aos ganhos somados pela Petrobras no mesmo período do ano anterior.

“O aumento das importações de gasolina e outros derivados de petróleo, por conta da  demanda maior no mercado interno, e os preços praticados pela Petrobras, que não sofreram nenhum reajuste no período, foram os principais entraves que devem impactar negativamente os resultados”, afirmou Brendler.   

A Petrobras, teoricamente, até pode reajustar seus preços, para alinhá-los aos praticados no mercado mundial, mas não o faz por um motivo simples: sendo uma estatal, quem manda é o governo, que não deseja que o reajuste dos combustíveis pressione a inflação.

Produção estável

De acordo com um relatório do HSBC Bank, assinado pela analista Anisa Redman, o período para a Petrobras foi  considerado fraco, principalmente, por conta da produção estável e pressões de custos (inclusive na importação). A produção de petróleo da Petrobras cresceu apenas 1,2% em relação ao último trimestre do ano. Por isso, o banco estima que a receita da petrolífera deva atingir o montante de 62 bilhões de reais, pouca coisa menor que os 63,7 bilhões de reais registrados no último trimestre de 2011.

O quarto trimestre de 2011 foi um dos piores já vividos pela estatal, perdendo apenas para o primeiro trimestre de 2007, quando a companhia somou lucro de 4,1 bilhões de reais. Na ocasião, a Petrobras justificou a queda de mais de 50% no lucro devido ao aumento nas despesas das despesas e forte valorização do dólar frente ao real, que acabou impactando negativamente seus números.

Câmbio

Já no primeiro trimestre do ano, o câmbio favoreceu o balanço da companhia, principalmente a partir de fevereiro, quando o real começou a apresentar maior valorização frente ao dólar. “Um dos pontos positivos são as dívidas da companhia em moeda estrangeira, que ficaram relativamente menores com o real valorizado”, afirmou Brendler.

Segundo Erick Scott, da SLW Corretora, o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia deve atingir 14 bilhões de reais. Montante 20% maior que o ebitda somado no quarto trimestre de 2011 e 20% menor que os números do primeiro trimestre do ano anterior. 

Os números da Petrobras são aguardados com grande expectativa pelo mercado, apesar das estimativas não muito satisfatórias. Os analistas só esperam não errar mais nas previsões como fizeram no último trimestre do ano passado, quando era aguardado um lucro de mais de 9 bilhões de reais e a companhia apresentou pouco mais da metade desse montante. Se o feito se repetir, a queda nos ganhos da companhia poderá mais uma vez ser um recorde na história da estatal.   

*Matéria atualizada 15/05, às 11h20

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