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Por que empresas como a Microsoft estão investindo em startups

A gigante de tecnologia criou um fundo para aportar em startups. O Hospital Albert Einstein também está acompanhando iniciantes de perto. Entenda por que

Tendências de 2017: oito fatores para se levar em conta  (Thinkstock)

Tendências de 2017: oito fatores para se levar em conta (Thinkstock)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 06h30.

Última atualização em 8 de novembro de 2016 às 08h28.

São Paulo - Sem nenhum quarto sequer, o Airbnb revolucionou o mercado de hospedagem e já vale cerca de 30 bilhões de dólares, mais do que redes de hotéis tradicionais como a Marriott.

Hoje, startups que nascem praticamente do nada tomam o lugar de corporações centenárias em pouco tempo.

E é justamente por terem medo de ser engolidas por elas que muitas grandes empresas estão se aproximando dos empreendedores - e colocando dinheiro nas ideias neles.

É o caso da Microsoft que, junto com outros nomes como Qualcomm, Banco Votorantim e Monsanto, criou um fundo para aportar em startups brasileiras.

"A gente quer estar perto porque não sabemos quem vai ser o nosso concorrente no futuro", disse Franklin Luzes, diretor de operações da Microsoft Participações, durante debate na HSM Expomanagement, na segunda-feira (7) em São Paulo.

Segundo ele, o investimento em pesquisa e desenvolvimento é essencial (a gigante de tecnologia investe mais de 12 bilhões de dólares nessa frente todos os anos), mas não traz a mesma inovação que um olhar de fora pode proporcionar.

"Santo de casa não faz milagre. É difícil matar um produto que você mesmo criou", afirmou.

Para Claudio Terra, diretor de inovação do Hospital Albert Einstein, o que impede as grandes companhias de criar produtos e serviços tão disruptivos quanto os criados pelas startups é exatamente o tamanho (e as responsabilidades) que elas têm.

"Uma empresa como o Einsten tem uma série de vantagens, como o porte e a liderança do setor. Mas tem desvantagens também. As startups podem focar em ideias que não vão gerar receita. Executivos de grandes organizações têm que dar resultado", disse.

O hospital começou a acompanhar companhias iniciantes há dois anos. Desde então, já teve contato com cerca de 700 delas e firmou contratos de colaboração com 11.

"Algumas estão quatro anos na nossa frente [quando se trata de tecnologias]. E isso não é demérito do Einstein. Nossa grande habilidade é atender bem os pacientes. Eles estão focados em inovar", disse.

Na visão de Franklin Luzes, da Microsoft, para que as startups continuem desenvolvendo produtos e serviços transgressores, é necessário que elas se mantenham independentes, mesmo que usem o capital das companhias consolidadas.

Assim, evita-se que elas sejam engessadas pela burocracia das hierarquias corporativas complexas.

"Se você investe, é porque acha que a startup faz mais com menos, que consegue resolver algum problema que você não consegue. Se ela for incorporada, vai perder agilidade. O LinkedIn, por exemplo, foi comprado pela Microsoft, mas vai continuar operando separado", disse.

Por outro lado, receber o suporte de uma grande empresa é benéfico para as companhias que estão começando porque garante a elas estrutura para se expandir, defende o executivo.

"Fornecemos espaços para elas testarem seus produtos, temos escala em outros países, temos metas, temos advogados. O capital é importante, mas o mais difícil é fazer o empreendedor crescer."

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