O compliance refere-se a um conjunto de práticas e normas que visam garantir a uma empresa estar em conformidade com leis, regulamentos e padrões éticos (vadimguzhva/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 22 de agosto de 2024 às 10h57.
Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 11h55.
Por Flavia Filhorini Lepique, sócia do escritório Filhorini Advogados Associados especialista em direito empresarial e do trabalho, compliance e governança corporativa. Presidente da comissão de compliance da OAB-SP
Quando falamos em empreendedorismo de sucesso, as startups estão no topo dessa lista. Essas empresas emergentes precisam garantir atividades inovadoras, a baixo custo, com eficiência e ética.
Neste ponto, o compliance é fundamental para assegurar uma atuação empresarial íntegra, confiável e duradoura.
O compliance refere-se a um conjunto de práticas e normas que visam garantir a uma empresa estar em conformidade com leis, regulamentos e padrões éticos.
A implementação de um programa desta natureza, desde o início, pode ser um divisor de águas para a própria sobrevivência das startups.
Independentemente do tamanho da empresa, sua atividade está sujeita a inúmeros riscos, sendo indispensável conhecê-los e adotar medidas que os tornem mais difíceis de ocorrer.
Dentre as ações (não se limitando apenas a elas) que abarcam um programa de conformidade ou de compliance, estão:
a) Construção de códigos e políticas que promovam segurança da informação
A segurança da informação é fundamental para proteger dados sensíveis da empresa e de seus clientes, evitando vazamentos, ataques cibernéticos e danos à reputação.
b) Prevenção à lavagem de dinheiro
A prevenção à lavagem de dinheiro é uma exigência legal e ética, visando combater o crime organizado e o financiamento do terrorismo.
c) Combate à corrupção:
A corrupção pode gerar sérios prejuízos financeiros e reputacionais para as empresas, além de ser um crime.
d) Prevenção ao vazamento de dados:
O vazamento de dados pode resultar em perdas financeiras, danos à reputação e exposição de informações confidenciais.
e) Combate a qualquer tipo de assédio:
O assédio no ambiente de trabalho pode gerar um clima negativo, afetar a produtividade e resultar em processos trabalhistas.
f) Atenção ao zelo reputacional
A reputação de uma empresa é um ativo valioso e pode ser rapidamente prejudicada por crises ou escândalos.
A gestão de riscos corporativos é um desafio constante para as empresas, mas é essencial para garantir a sua sustentabilidade e sucesso a longo prazo. Ao implementar medidas eficazes para diminuí-los, as empresas demonstram seu compromisso com a ética, a transparência e a segurança.
As medidas mencionadas, devidamente acompanhadas de treinamento, e muitas vezes requerendo uma verdadeira mudança cultural, não só asseguram a conformidade da empresa com as leis e regulamentos em vigor, mas também são cruciais para a atração de investimentos.
O arcabouço legislativo cujo compliance atua vem se tornando cada vez mais ramificado e rigoroso, impondo novas exigências às empresas. Aquelas que não se adaptarem a esse novo cenário podem enfrentar sérias consequências legais e financeiras.
Igualmente importante, quando o assunto é a busca de recursos financeiros, então, a existência de programas confiáveis de compliance é um fator absolutamente determinante. Investidores estão cada vez mais atentos aos riscos associados às empresas das quais pretendem fazer parte ou investir.
O compliance, portanto, não é apenas uma formalidade, mas uma necessidade estratégica para qualquer startup que almeja um crescimento contínuo, sustentável e ético.
Ao incorporar essas práticas desde o início e aliá-las a sólidos padrões de governança corporativa, as startups se posicionam melhor no mercado, ganhando credibilidade e construindo uma base mais bem sedimentada para o futuro.