Vale: queda de lucro foi atenuada por números que agradaram aos analistas (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2012 às 11h38.
São Paulo – No mundo dos negócios, divulgar um resultado menos ruim que o esperado já é considerado uma boa notícia. E foi isso o que aconteceu com a Vale neste terceiro trimestre. O lucro líquido caiu 58% sobre o mesmo período do ano passado, para 3,3 bilhões de reais, mas outros números chamaram a atenção dos analistas – e para melhor.
Em relatório assinado pelos analistas Felipe Hirai, Thiago Lofiego e Karel Luketic, o Bank of America Merrill Lynch destaca a geração de caixa acima do esperado. O ebitda ajustado excluindo itens não recorrentes ficou em 8,681 bilhões de reais no período, ou 4,28 bilhões de dólares. O número em dólares ficou 8% acima da estimativa do BofA.
Outro ponto destacado pelos analistas, na manhã de hoje, foi o preço do minério de ferro praticado pela Vale no trimestre. O mercado já esperava uma queda na cotação, mas o que agradou foi que o recuo não foi tão intenso quanto o previsto.
Queda menor
Ainda segundo o BofA, o preço praticado pela Vale foi de 84 dólares por tonelada de minério de ferro. Embora a cotação seja 19% menor que a do mesmo período do ano passado, ela ficou 7% acima das estimativas do banco.
Já o Bradesco, em relatório assinado por Alan Glezer e Carlos Firetti, observou que a cotação das pelotas de ferro – material mais nobre – também surpreendeu positivamente. O banco esperava um preço médio de 126 dólares por tonelada no terceiro trimestre, mas a Vale conseguiu vender o material a uma cotação média de 140 dólares nas vendas.
É claro que a Vale não está no melhor dos mundos. Todos os analistas que se manifestaram sobre os resultados, nesta manhã, afirmam que a empresa ainda será impactada pela desaceleração da economia mundial.
Perspectivas
“Acreditamos que o fraco resultado reflete, além do menor ciclo de crescimento, as expectativas mais pessimistas com as quais o mercado tem trabalhado, seja sobre a economia da China, seja sobre a economia mundial,” afirma relatório do Banco do Brasil, assinado por Victor Penna.
No longo prazo, porém, os analistas continuam confiantes nos rumos da mineradora. Em linha geral, eles destacam a estratégia da companhia de reduzir a diversificação dos investimentos e focar em projetos de “classe mundial”, como define o Morgan Stanley, em análise assinada por Carlos de Alba e Alfonso Salazar: aqueles com longa vida útil, baixo custo, capacidade de expansão e alta qualidade.