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Por que a Fórmula 1 poderia ser melhor para os hotéis este ano

Lotação dos hotéis em São Paulo é de quase 100% - e esse “quase” é que leva os hoteleiros a dizer que já houve anos melhores

Sebastian Vettel entre os outros pilotos no grande prêmio de Abu Dhabi: vitória antecipada (Getty images)

Sebastian Vettel entre os outros pilotos no grande prêmio de Abu Dhabi: vitória antecipada (Getty images)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 11h08.

São Paulo – A Fórmula 1 é um dos eventos mais esperados pela hotelaria de São Paulo. A corrida deste final de semana deve gerar uma taxa de ocupação de 95% na rede da cidade. Sem dúvida, é bem mais do que a média de 40% a 60% dos finais de semana comuns, mas, para os hoteleiros, poderia se melhor.

“A duas semanas do evento, São Paulo já estaria lotada”, disse Carlos Bernardo, gerente geral do Pullman São Paulo Ibirapuera. “Mas não é o que ocorre nesse final de semana”, afirmou.

Segundo Bernardo, o Pullman terá 100% de ocupação apenas na sexta-feira e no sábado da corrida. “Estamos lotados, porque fizemos contratos com muita antecedência”, disse. Cerca de 55% dos leitos do hotel foram reservados por empresas que convidam clientes para a prova – e esse tipo de acordo foi fechado no começo do ano.

Bruno Omori, presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estados de São Paulo, afirma que ainda há tempo para que a ocupação da rede paulistana atinja 100% nos dias da corrida.

Sem empolgação

Mas, mesmo que isso aconteça, outro indicador mostra que a corrida em Interlagos está atraindo menos fãs neste ano. Em outros anos, com o esgotamento rápido das vagas em hotéis da cidade, muitos turistas buscavam vagas em cidades vizinhas. E isso não deve se repetir neste ano, segundo Omori. “No máximo, os hotéis de Guarulhos podem lotar”, diz, referendo-se à cidade em que o aeroporto internacional está instalado.

É fácil entender os motivos pelos quais a Fórmula 1 não empolga tanto os brasileiros neste ano. O primeiro é óbvio: o campeonato foi decidido em outubro e o vencedor do ano é o alemão Sebastian Vettel, da equipe RBR.

Sem dúvida, é uma situação bem menos empolgante que a de 2008, quando o campeonato foi decidido em Interlagos e o título era disputado por um brasileiro – Felipe Massa, pela Ferrari -, e por Lewis Hamilton, da McLaren. Naquele ano, Massa venceu a prova, mas Hamilton ficou com o campeonato ao chegar em um modesto quinto lugar.


Não por acaso, este foi o melhor ano da história recente da Fórmula 1 no Brasil, segundo Omori, da Abih. Alguns torcedores chegaram a se hospedar em Santos (a cerca de 70 quilômetros da capital). “Naquele ano, foram cerca de 150 mil pessoas; gente que nem ia para a corrida e veio pelo clima da cidade”, disse Omori.

Saudades do Senna

E por falar em brasileiros, este é o segundo motivo óbvio que empana o brilho da corrida deste final de semana – e espanta turistas dos hotéis. Não há um piloto brasileiro de destaque neste ano. O mais bem colocado é Felipe Massa, que ainda corre pela Ferrari e está em sexto lugar.

“Muitos que viriam não vieram, porque o campeonato está decidido”, disse Bernardo, do Pullman. Chieko Aoki, fundadora da rede Blue Tree, endossa a avaliação. “Em anos anteriores, encerrávamos as reservas rapidamente e a ocupação atingia 100% na semana que antecedia a corrida”, afirmou.

Outros fatores que influenciaram, segundo Chieko, são a diminuição nos eventos realizados paralelamente por patrocinadores e os altos preços dos ingressos. Na rede Blue Tree, a ocupação média do final de semana fica entre 50% e 55%. No final de semana de Fórmula 1 a média é de 90% de ocupação.

Na contramão

Nos hotéis da rede Accor, o movimento está maior do que na época de Fórmula 1 em 2010, segundo Eric Funtowicz, diretor adjunto de distribuição e gerenciamento de receitas da Accor América Latina. A ocupação está cerca de 4 pontos percentuais acima da registrada em 2010, alcançando cerca de 87%.

O Tivoli São Paulo – Mofarrej é outro que não sentiu uma diminuição no movimento nesse final de semana de Fórmula 1 em relação ao mesmo de 2010. Há um mês o Tivoli São Paulo - Mofarrej já estava com 80% de ocupação para o final de semana da F1, segundo Marco Amaral, diretor geral do Tivoli São Paulo-Mofarrej. “Independente da definição do resultado, as pessoas gostam e participam do evento”, disse Amaral. 

Endinheirados

Apesar de a Fórmula 1 não ser o evento que trouxe mais turistas em 2010, seu público é um dos que mais gasta. No ano passado, cada pessoa desembolsou cerca de 5,7 mil reais, segundo dados da São Paulo Turismo.


Nesse ano, o preço dos ingressos para os três dias varia entre 495 reais e 2.590 reais. O turista que vem ver a corrida costuma trazer a família, segundo Omori, da Abih. “No autódromo, cabem 60.000 pessoas, mas geralmente vem uma família para a cidade, que vai para restaurantes, museus”, disse Omori.

Em número de turistas, o GP de Fórmula 1 foi o nono maior evento da cidade em número de turistas em 2010, com 44.000 pessoas. Mas foi o segundo maior em valores movimentados: 250 milhões de reais em três dias de evento, atrás apenas do Salão do Automóvel, que movimentou 360 milhões de reais – mas o gasto médio, por pessoa, foi de 1,2 mil reais. 

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