Avião da EgyptAir segundo um porta-voz do maior aeroporto da Rússia, logo após saber da notícia, a Egyptair cancelou os voos (Konstantin von Wedelstaedt/WikimediaCommons)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2016 às 17h56.
Moscou - A Rússia proibiu nesta sexta-feira os voos da companhia aérea egípcia Egyptair por questões de segurança após a catástrofe no final de setembro na Península do Sinai de um avião russo com 224 passageiros a bordo.
A Rosaviatsia, a agência de aviação civil, comunicou hoje ao Aeroporto Internacional de Domodedovo sua decisão, que entrará em vigor amanhã.
Segundo ela, o motivo é a falta de um programa de segurança aérea na Egyptair, a principal operadora de voos entre ambos os países.
Segundo um porta-voz de Domodedovo, o maior aeroporto do país, logo após saber da notícia, a Egyptair cancelou os voos. Pouco depois, o ministro de Aviação Civil egípcio, Mohamed Hossam Kamal, confirmou que eles foram cancelados.
Em uma nota emitida pela agência oficial de notícias, "Mena", ele explicou que, após o aviso, a companhia decidiu suspender um voo previsto para amanhã e devolver o dinheiro das passagens para as pessoas que reservaram esse voo e os próximos entre Cairo e Moscou, e vice-versa.
Nem o ministro nem a site de Egyptair informam até que dia a medida estará vigente.
A decisão da Rosaviatsia foi tomada depois que supostamente o grupo jihadista Estado Islâmico ameaçou à Rússia com atentados terroristas em um vídeo, cuja autenticidade não foi confirmada pelo Kremlin.
Em 6 de novembro, o presidente russo, Vladimir Putin, determinou a suspensão de todos os voos ao Egito, o principal destino turístico para os russos, depois de a mesma medida já ter sido tomada pelo Reino Unido. Nesta semana, o Kremlin informou que a suspensão permanecerá até o Egito garantir as medidas de segurança exigidas pelas autoridades russas.
Contudo, o ministro de Transporte, Maxim Sokolov, disse nesta semana que a Rússia carece de "provas fidedignas" que respaldem a versão dos EUA e do Reino Unido que um atentado terrorista foi a causa da queda do Airbus.
"Nem a comissão governamental nem a comissão técnica dispõem até hoje de dados que comprovem ser um atentado terrorista", disse.
A ramificação egípcia do grupo terrorista Estado Islâmico insistiu em reivindicar a ação contra o avião russo, embora não tenha fornecido detalhes.
Hoje, a companhia aérea russa Aeroflot informou que concluirá em 1º de dezembro os voos de retorno dos turistas que ainda estão no Egito.