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Por FGTS, Caixa quer adiar saída de funcionários em PDV

Programa de demissão do banco conseguiu adesão de 3,5 mil funcionários, mas Caixa precisará de pessoal para atendimentos do saque do FGTS

Caixa: banco deve ter grande fluxo esperado pelas agências da Caixa após a liberação do saque (Nadia Sussman/Bloomberg)

Caixa: banco deve ter grande fluxo esperado pelas agências da Caixa após a liberação do saque (Nadia Sussman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de julho de 2019 às 08h25.

Para atender à demanda com os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa avisou seus funcionários que vai adiar parte dos desligamentos previstos no programa de demissão voluntária (PDV).

De acordo com fontes, o anúncio foi feito na semana passada pelos vice-presidentes Valter Nunes (Distribuição, Atendimento e Negócios) e Roney de Oliveira Granemann (Gestão de Pessoas) em um vídeo streaming.

O programa de demissão do banco público, aberto no fim de maio, havia conseguido a adesão de 3,5 mil funcionários. A Caixa pediu para adiar a saída de cerca de dois mil, todos eles atendentes em agências. Muitos já estavam com o dia marcado para a saída.

A decisão gerou polêmica e transtornos. Alguns funcionários estão buscando aconselhamento jurídico sobre o tema. Essa pressão pode fazer com que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, volte atrás na decisão, avalia uma fonte.

“Nunca vi tanto desrespeito com os empregados em 30 anos de empresa. O cancelamento do PDV chega a parecer piada de mau gosto. Como se a decisão de cada empregado que aderiu ao programa não tivesse sido pensada e repensada. Como se não tivéssemos projetos pessoais após a opção pelo desligamento”, reclamou uma funcionária na rede interna do banco. A Caixa foi procurada, mas preferiu não se manifestar.

O grande fluxo esperado pelas agências da Caixa após a liberação do saque e como o banco iria operacionalizar os atendimentos foi um dos motivos para o adiamento do anúncio da medida pelo governo.

Movimentação

O governo anunciou na semana passada a liberação de saques de até R$ 500 de contas ativas (referentes a contratos de trabalho atual) e inativas do FGTS neste ano. O limite é por conta. Ou seja, se o trabalhador tiver uma conta ativa e uma inativa, poderá sacar R$ 1 mil. O valor foi antecipado pelo Estadão/Broadcast.

A projeção do governo é que os saques do FGTS e também do PIS-Pasep (cujo calendário de liberação começa em agosto) injetem R$ 42 bilhões na economia até 2020. Hoje, há cerca de 260 milhões de contas ativas e inativas no FGTS. Desse total, cerca de 211 milhões (80%) têm saldo de até R$ 500. Segundo o governo, 96 milhões de brasileiros serão beneficiados.

No governo Michel Temer, foi permitido o saque de contas inativas do FGTS. De acordo com a Caixa, os saques somaram R$ 44 bilhões, com 25,9 milhões de trabalhadores beneficiados.

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