Negócios

Polishop pede recuperação judicial com dívida de R$ 352 milhões

Nos últimos dois anos, a empresa de 25 anos fechou cerca de 70% de suas lojas

Polishop: empresa tem hoje 49 lojas físicas em shoppings centers (Polishop/Divulgação)

Polishop: empresa tem hoje 49 lojas físicas em shoppings centers (Polishop/Divulgação)

Publicado em 16 de maio de 2024 às 18h10.

Última atualização em 17 de maio de 2024 às 11h35.

Tudo sobreRecuperação Judicial
Saiba mais

Após mais de um ano em crise financeira, a Polishop, com o nome Polimport, entrou em recuperação judicial. A dívida é de 352,1 milhões de reais. Há pouco tempo, a empresa já havia ajuizado o pedido de uma tutela de urgência cautelar enquanto preparava a formalização da recuperação judicial.

Agora, a Justiça irá analisar o pedido de reestruturação. Caso aceite, a empresa entra, de fato, em recuperação judicial e tem suas dívidas congeladas por 180 dias, enquanto prepara um plano de reestruturação. Procurada, a empresa afirmou que só irá se pronunciar após o aceite da Justiça.

Atualmente, a Polishop possui 49 lojas físicas abertas em shoppings centers e conta com quase 500 colaboradores, além da atuação no e-commerce e canal de televendas.

No pedido de reestruturação, a empresa alegou que, "mesmo desenvolvendo de forma sólida as suas atividades desde sua constituição, com crescimento gradativo de faturamento, negócios, estrutura e funcionários, algumas mudanças no cenário econômico começaram a interferir sobremaneira na pujança da Polimport (Polishop), criando um ambiente de dificuldade econômico-financeira".

O primeiro desses motivos foi um enfraquecemento do varejo físico entre 2015 e 2019, com o fortalecimento de lojas onlines e marketplaces. A empresa também alegou que a covid-19 e as restrições sanitárias impactaram no negócio da companhia.

"Um dos principais setores que sofreram com os efeitos da covid-19 foi o mercado de varejo (principalmente em shoppings centers). Isto porque, diante das medidas de lockdown, as lojas físicas foram inesperada e indefinidamente fechadas, ensejando na deletéria situação de fechamento de quase 300 (trezentas) lojas físicas em shoppings centers e com a restrição da sua operação no e-commerce".

Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME Empreenda

De acordo com a empresa, o cenário provocado pela pandemia provocou uma queda de 70% do faturamento da Polimport, além dos aumentos dos custos fixos. Com isso, a empresa passou a "atravessar dificuldades de manutenção de fluxo de caixa, sendo necessário sucessivas medidas internas para preservar as vendas e cobrir os custos fixos da Requerente – os shoppings centers não suspenderam a cobrança dos custos operacionais, fazendo com que a Requerente adotasse medidas para a manutenção dos pontos comerciais".

Nos últimos dois anos, a empresa de 25 anos fechou cerca de 70% de suas lojas, todas em shoppings centers. O encerramento das operações acarretou aumentou das despesas não recorrentes e a companhia terminou 2023 no vermelho. "Os contratos com shoppings centers aumentaram muito nos últimos anos e o varejo atravessa um momento difícil", diz o fundador João Appolinário.

Quem são os principais credores da Polishop?

  • Laqus (R$ 52,6 milhões)
  • BMP Money Plus (R$ 26,6 milhões)
  • Banco do Brasil (R$ 24,5 milhões)
  • Bradesco (R$ 11,3 milhões)
  • Itaú (R$ 9,5 milhões)
  • Sofisa (R$8,7 milhões)
  • Banco Safra (R$ 5,1 milhões)
  • Banco Original (R$ 4,6 milhões)
  • Daycoval (R$ 4,6 milhões)
  • Banco Votorantim (3,6 milhões)
Acompanhe tudo sobre:Recuperação Judicial

Mais de Negócios

Isak Andic, fundador da Mango, morre em acidente na Espanha

Jumbo Eletro: o que aconteceu com o primeiro hipermercado do Brasil

Esta empresa fatura R$ 150 milhões combatendo a inflação médica no Brasil

Equity: a moeda da Nova Economia e o segredo do sucesso empresarial